Afinal a taxa social única não irá baixar

Cavaco Silva, em entrevista ontem à noite à TVI, disse que “uma redução generalizada da contribuição patronal para a Segurança Social, que teria de ser acompanhada do aumento da taxa do IVA, seria um erro” e que uma descida generalizada dessa taxa não teria o efeito desejado e adicionaria recessão e fraude.O Presidente da República foi assim ao encontro do relatório do Governo sobre a TSU, onde claramente se entendia que descer a contribuição patronal para a Segurança Social era um mau caminho.

Assim, e apesar da troika continuar a dizer que “a medida é particularmente promissora”, o Governo prepara-se para rever o memorando de entendimento e para deixar cair esta medida.

Mas não há bela sem senão.

Em vez da descida da TSU Passos Coelho quer agora aumentar o número de dias trabalhados por ano e ainda aumentar 30 minutos por dia à jornada de trabalho.

Este também não é o caminho. Aumentar para 8h30 de trabalho diário e, simultâneamente, deixar de afixar os horários nos estabelecimentos é dar carta branca aos patrões para se apoderarem da totalidade da vida das pessoas. É verdade que Portugal tem um problema de produtividade, mas também é verdade que já trabalhamos mais do que os Alemães, pelo que a produtividade não tem que ver com as horas trabalhadas, mas sim com a não incorporação de saber nas produções portuguesas.
Os Precários Inflexíveis sempre defenderam que a TSU não poderia baixar, mas não admitem as contrapartidas gravosas que o Governo quer implementar e que, na melhor das hipoteses, só irão aumentar o desemprego.
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