Alemanha quer ficar com depósitos e trabalhadores qualificados do Sul da Europa
A Alemanha comporta-se como um poder imperial e nas últimas semanas deixou cair a máscara, mostrando que quer duas coisas dos países do Sul da Europa: os seus trabalhadores qualificados e o capital desses países.
Para ir buscar os trabalhadores bastou divulgar, através do director da Agência Federal de Emprego alemão, que todos os anos o país precisa de, pelo menos, 200 mil trabalhadores qualificados vindos de Espanha, Itália, Grécia e Portugal (ver aqui).
Olhando para as estatísticas da emigração em Portugal, podemos confirmar que o objetivo do Governo alemão está a ser cumprido, visto que no primeiro semestre de 2012 a emigração portuguesa para aquele país aumentou 53%.
Já sobre o capital basta olhar para o Chipre. A taxa sobre depósitos e as medidas de controlo de capitais inauguraram o euro-dos-pobres que vale menos do que o euro-dos -ricos. Assim, um investidor ou uma empresa que tenha capitais nos países do Sul da Europa estará a retirá-los com medo que o que aconteceu no Chipre se possa repetir. A transferência de capital do Sul para o centro da Europa é inevitável e vantajosa para a Alemanha.
O problema é que sem capital e sem trabalhadores qualificados os países do Sul vão ter ainda maiores dificuldades em sair da crise. A nossa luta é cada vez mais internacional.
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