Belmiro de Azevedo quer ganhar o dobro

Belmiro de Azevedo é um empresário modelo. Toda a gente o sabe. Como qualquer bom homem de negócios olha para a crise como uma oportunidade. E sabe que o pode fazer: esta crise somos nós que a pagamos e ele tem as costas quentes para exigir que se aumente a exploração sobre quem trabalha.

Mais vale neste país, ganhar metade e estar activo“, disse ontem enquanto falava para algumas dezenas de estudantes dum MBA (as coisas que se aprendem nestes cursos…).

Tradução: nós temos que pagar a crise deles! O senhor Belmiro quer, portanto, ganhar o dobro. Assim é fácil: os trabalhadores e trabalhadoras duma caixa dum dos seus supermercados passariam, portanto, a ganhar… 300 euros por mês? É isso, não é?

A crise é mesmo o festim da exploração. “É nesses períodos que muitas vezes aparecem os grandes negócios e as grandes carreiras“. Claro. Mas para quem?

Impressiona o descaramento desta gente. Instalada nas facilidades há décadas, vão gerindo negócios não-produtivos e quase sempre com muito pouca concorrência.

Chega de chantagem. Querem-nos encostadinhos entre o desemprego e a degradação das condições de trabalho. Precariedade, baixos salários e tudo para baixo – é só isto que passa pelas cabeças destas pessoas que vão engordando à nossa custa.

Lamentamos, senhor Belmiro, mas os seus créditos já são conhecidos há muito tempo. E foram reconhecidos em Dezembro último, quando venceu destacadamente o Prémio Acumulação dos Prémios Precariedade 2008. Como vê, senhor Belmiro, não engana ninguém.

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