Centros comerciais: trabalho é cada vez pior e cresce o assédio moral
A denúncia vem do CESP (Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços), o trabalho nos centros comerciais é cada vez pior: os horários são desregulados, os salários cada vez mais reduzidos e quem não aceita as regras sofre pressões. António Santos do CESP não tem dúvidas em dizer que é “assédio moral”.
Ao Público este dirigente do sindicato disse: “Há uma pressão para as pessoas aceitarem condições menos favoráveis, reduções de horário e consequente redução de salário. A maioria está sujeita a horários desregulados, cada vez mais instáveis e sem respeito pelos dias de descanso”.
O Código do Trabalho, no artigo 212º, obriga os empregadores a elaborar um horário de trabalho que facilite a conciliação da atividade profissional com a vida familiar. Mas isso é letra morta nos centros comerciais e “o número de depressões e doentes nervosos disparou. É raro alguém que venha falar connosco e que não esteja com uma depressão ou uma crise de ansiedade. Algumas pessoas choram quando falam de coisas banais. As mães sentem-se a falhar para com os filhos”, de acordo com o CESP.
Os Precários já tinham identificado estas pressões, nomeadamente na Parfois em 2011, após uma trabalhadora da loja ter denunciado as horas de trabalho e os horários insanos que a empresa a fazia trabalhar na loja do Colombo (vê informação aqui e vídeo da ação dos Precários aqui).
Este é um dos custos da crise, do desemprego e da precariedade: o abaixamento dos salários, o aumento dos abusos, a desregulação da vida familiar e o aumento dos problemas de saúde.
Notícia Público.
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