Crato corta no acesso às publicações da biblioteca científica virtual IEEE
Lançada em 2004, a b-on é a Biblioteca de Conhecimento Online da pela Fundação para a Computação Cientifica Nacional (FCCN). Esta biblioteca tem como objectivo facilitar o acesso ao saber por parte de bolseiros de investigação, professores e investigadores. Neste sentido, a b-on tem contratos com as principais editoras de revistas científicas internacionais, permitindo o acesso gratuito das universidades portuguesas a estas revistas, evitando assim que os investigadores tenham de pagar um preço muito elevado para aceder às publicações de referência das várias áreas científicas.
No final de 2011, foi iniciada pela Fundação para a Computação Cientifica Nacional (FCCN) uma renegociação dos contratos da b-on com editoras de revistas científicas (1). Este processo, em articulação com o Ministério da Educação e Ciência, visava a redução de custos com a b-on por parte do ministério. Na sequência da renegociação, o acesso ao editor IEEE foi limitado em número de revistas e, para além disso, deixou de ser possível aceder às publicações que precedem o ano 2005 (2).
O IEEE é uma comunidade científica na área de engenharia electrotécnica, que publica revistas de referência nos campos de electrónica, sistemas de energia, robótica, telecomunicações, informática, física aplicada, bioengenharia e engenharia biomédica, etc. A “renegociação” do ministério de Nuno Crato com o IEEE foi, na verdade, um corte no acesso ao conhecimento científico, que retirou instrumentos essenciais aos investigadores destas áreas.
A partir de 2013, se um investigador em informática precisar de um artigo de 2004, terá de pagá-lo do seu bolso. Ou seja, aquilo que era anteriormente um serviço público, essencial para o crescimento da ciência em Portugal nos últimos anos, foi agora convertido num assalto aos bolsos de muitos investigadores. Para além da precariedade no vínculo laboral que atinge a investigação científica sob a forma de bolsa de investigação, alguns investigadores vêem-se agora confrontados com estas situações de precarização das condições de trabalho, sendo-lhes negado os instrumentos mais básicos para cumprirem a sua tarefa.
Vê e assina petição contra a Integração da FCCN na FCT aqui.
1- FCCN, “Relatório de Atividades e Contas 2011”, [online].
2- Comunicado da FCCN, [online]
isso é uma lastima