Crise política aberta no Governo

A coligação está a ruir. (Foto: clix)
Depois das manifestações deste sábado que levaram cerca de um milhão de pessoas à rua contra a troika e o Governo aprofundou-se a crise política no seio do Governo com Paulo Portas a afirmar que não concorda com as alterações às contribuições para a Segurança Social: “Se me perguntam se eu soube? Claro que soube. Se me perguntam se eu tive uma opinião diferente. Tive uma opinião diferente.Se me perguntam se eu alertei. Alertei. Se me perguntam se eu defendi que havia outros caminhos. Defendi. Se me perguntam se eu bloqueei a decisão. Não bloqueei pela simples razão de que fiquei inteiramente convencido que isso conduziria a uma crise nas negociações com a missão externa, a que se seguiria uma crise do Governo, a que se seguiria um caos que levaria a desperdiçar todo o esforço já feito pelos portugueses”.

Imediatamente os órgãos do PSD agendaram reuniões para responder a Portas e ao CDS. Está aberta a crise política no seio do Governo e o partido minoritário não quer ficar associado à brutalidade do roubo dos salários, muito embora o Governo planeie usar a Segurança Social para realizar o corte nos salários e essa pasta é do Ministro Pedro Mota Soares do CDS.

Há mais sinais de enorme crise política e de fragmentação do executivo, pois para esta sexta-feira Cavaco Silva marcou um Conselho de Estado.

Mas o Governo de Passos-Portas não pretende abandonar o memorando da troika que destruiu a economia e o emprego e que, já se sabe, irá aprofundar o desemprego e a recessão no próximo ano.

Por isso, e porque o regime de austeridade falhou, é necessário voltarmos a pôr as alternativas em cima da mesa – até a conferência episcopal o diz – e que rasguemos o memorando da troika que nos afunda.

Se o Governo está demasiado agarrado ao poder para reconhecer que falhou e se um milhão de pessoas saiu à rua para dizer basta, é necessário que os precários, os desempregados e todos os outros trabalhadores e trabalhadoras possam participar em todas as formas de protesto que se avizinham e que ajudem a criar uma greve geral que force o Governo a recuar.

Para começar, na próxima sexta-feira os organizadores da manifestação de sábado passado já convocaram toda a gente para uma concentração para a frente do Palácio de Belém onde vai acontecer o Conselho de Estado.

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