Emília Santos, Suíça :: Investigadores pelo Mundo
Terminamos a série desta semana dos testemunhos “Investigadores pelo Mundo” com o testemunho de Emília Santos, que terminou o doutoramento na Suíça e, agora com uma bolsa da Suíça, vai fazer um pós-doc em França. Ao longo do seu doutoramento, apesar de ter uma bolsa portuguesa, a sua instituição de acolhimento deu-lhe apoio fundamental para frequentar cursos, congressos e fazer trabalho de campo no estrangeiro. Para a semana, publicaremos o testemunho de Nuno Peixeiro, investigador em França.
Relembramos que no próximo sábado, dia 22 de Junho, às 20h, haverá o encontro “Bolseiros pelo Mundo” no MOB (o evento no facebook está aqui), com jantar e conversa. Podes inscrever-te no jantar (5e) para o e-mail: precariosinflexiveis@gmail.com
Emília Santos | Suíça
1.Que investigação fazes ( IC, PhD, pós doc, etc), área profissional, e o teu trabalho está integrado num projecto de investigação mais amplo ou é um projecto individual?
Eu faço investigação básica na área de biologia evolutiva e do desenvolvimento, acabei recentemente o meu doutoramento em Basel (Suíça) e estou prestes a começar pós-doc em Lyon (França). Os meus projectos são individuais mas estiveram sempre integrados num projecto mais amplo já implementado no grupo de investigação que me acolheu.
2. Que tipo de vínculo contratual tens (bolsa, contrato, etc)? Financiado por quem? Sempre foi assim?
Os meus projectos sempre foram financiados por bolsas, o de doutoramento financiado pela FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) e o pós-doc é agora financiado pela SNF (Swiss National Foundation).
3. Que tipo de vínculo têm os teus pares (colegas de laboratório, professores, orientadores)?
Parte dos meus colegas de trabalho tem um contrato com a universidade (estudantes e pós-docs) e outra parte tem financiamento por bolsas. O orientador tem um contrato permanente com a universidade. A universidade garante ao orientador um número fixo de posições que este pode preencher com os candidatos que escolher, mas posições nunca são fixas.
4. Baseando-te na tua experiência, quais as principais diferenças que encontras relativamente à investigação em Portugal?
O sucesso da aplicação a bolsas é superior e há um financiamento básico por parte de certas universidades. A SNF (Swiss National Foundation) financia igualmente pesquisa básica como aplicada desde que tenha um carácter original. As universidades também se responsabilizam pela carreira dos seus empregados e financiam workshops e congressos (nacionais e internacionais). Os bolseiros da SNF tem direito a seguro social.
5. Tens apoio para fazer uma temporada/trabalho de campo noutro instituto/país para melhorar a investigação que fazes?
Durante o meu doutoramento a universidade financiou vários cursos e congressos no estrangeiro que melhoraram a minha investigação, também tive que fazer trabalho de campo noutro país mas este nunca foi financiado pelas minhas bolsas individuais mas sim por uma bolsa do orientador.
6. Qual a percepção pública dos investigadores no país onde trabalhas?
Na Suíça a população vê os investigadores como qualquer outro trabalhador, dado que nas maior parte das vezes têm um salário (e não bolsa), têm seguro social, descontam e pagam impostos como qualquer outro cidadão. A investigação (tanto básica como aplicada) é valorizada pela população e é sempre disseminada nos media locais (jornal e tv).
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