Greve Geral na Grécia responde ao encerramento da televisão e rádio públicas

A Grécia acordou esta 5ª feira em greve geral, convocada apenas na véspera pelas duas principais centrais sindicais. É uma resposta imediata e firme da sociedade grega a mais uma medida que parecia impossível até há bem pouco tempo atrás: o encerramento compulsivo e sem discussão da televisão e da rádio públicas (ERT) A greve teve fortes efeitos nos transportes e nos serviços públicos. Os trabalhadores continuam nas instalações da ERT, emitindo online e até com o auxílio de outras estações europeias. Os protestos nas imediações da estação pública continuam, em defesa da democracia. Por cá, a Comissão de Trabalhadores da RTP solidarizou-se com os colegas gregos e em defesa do serviço público.

Esta decisão do Governo grego abre uma nova fase da ofensiva anti-democrática da austeridade, provando que tudo é possível neste autoritarismo que se impõe na Europa. A oposição fala em forte ataque à democracia e em “golpe de Estado”. A direita da Nova Democracia, isolada no próprio Governo quanto a esta decisão, diz que a decisão é para manter, apesar da forte contestação no país e das mensagens de reprovação um pouco por toda a Europa.

O primeiro-ministro Samaras tenta argumentar que é uma medida temporária e que visa apenas acabar com o desperdício e a falta de transparência na ERT: parece de outro tempo ouvir um primeiro-ministro mandar cortar o sinal aos órgãos públicos de comunicação social e falar em “reforma radical” dos media…

Entretanto, além da gravidade desta decisão para o conjunto da sociedade grega, o encerramento da ERT empurraria para o desemprego 2700 trabalhadores. Como se vê nesta reportagem da BBC, os trabalhadores, apoiados pela sociedade grega, continuam a lutar pelo serviço público e pelos seus postos de trabalho.

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