Já em 2010 foram os trabalhadores a suportar subida do salário mínimo: proposta dos patrões e da UGT é um logro

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“Salário mínimo de 500€? Sim, desde que não seja eu a pagar” – dizem os patrões

A UGT e os patrões vieram ontem a público dizer que concordavam com a subida do salário mínimo para 500€, desde que esse aumento fosse suportado em 80% pelo Estado através da diminuição da contribuição para a Segurança Social. Ou seja, UGT e patrões querem que o salário mínimo suba, desde que sejam os trabalhadores a pagar essa subida.

É um truque velho, pois em 2010 a subida do salário mínimo para 475€ também foi acompanhado pela redução de 1% da taxa social única. Nessa altura foram os trabalhadores que suportaram o aumento do salário mínimo e não os patrões. Aliás, essa redução da taxa social única em 1% decidida pelo Conselho de Ministros teria como contrapartida o aumento do salário mínimo para 500€ em 2011 (vê notícia da altura aqui e aqui).

Isso nunca chegou a acontecer, mas os patrões mantiveram o beneficío.

Agora, 3 anos passados e depois de muitas beneces para os patrões e muito acordo quebrado para os trabalhadores, vêm de novo pedir batatinhas ao Governo.

Os patrões nunca querem suportar o aumento do salário mínimo, mas estão dispostos a que os trabalhadores o façam.

Passos Coelho já disse que a subida do salário mínimo é um “presente envenenado” e com isso recusou-se a fazer um debate que já tem consenso na sociedade portuguesa. Mas vê-se que o patronato não dá ponto sem nó e quer que o salário mínimo suba, desde que não seja nada com eles.

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