Makro propõe rescisões "amigáveis" com ameaça de despedimento colectivo

A Makro enviou uma carta a cerca de 1.500 pessoas para que rescindam o seu contrato de trabalho. Porque a chantagem se tornou a principal alavanca da economia nacional, a administração da Makro já avisou que a proposta terá, em caso de recusa e como consequência, um despedimento colectivo. Sinais dos tempos em que a retórica da produtividade vai dando lugar à retórica da inevitabilidade, porque a primeira  convence cada vez menos e a segunda pode ser imputada a condicionantes externas, os empresários e conselhos de administração vão sabendo navegar a maré de diminuição de retribuição no trabalho, limitação dos direitos conquistados, e portanto, como consequência, aumentando a desigualdade social e económica. 

Mas a empresa não pretende encerrar nenhuma das 11 lojas mas antes “optimizar os recursos da empresa, (…) com o objectivo de melhorar e melhor de adaptar aos novos desafios do cenário económico actual”. Ou seja, a empresa quer despedir todos os trabalhadores para contratar trabalhadores precários com menos direitos e menos salários, ou mesmo voltar a contratar os mesmos trabalhadores para as mesmas funções, mas em piores condições de trabalho. Já há cerca de um ano a mesma empresa realizou um despedimento colectivo de cerca de 100 pessoas.

Lembramos que um dos processos mais conhecidos de despedimento colectivo preventivo, foi realizado por um dos homens mais ricos do país, Américo Amorim, quando apesar dos lucros e do aumento da capacidade produtiva da Corticeira Amorim, enviou para o desemprego centenas de trabalhadores, em nome da produtividade, mas na realidade, em busca de mais lucro e acumulação.
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