O Público acompanhou a manhã dos Precários Inflexíveis
Não se pense que a precariedade é um problema geracional. Rui Delgado tem 75 anos, recibos verdes há quatro, e hoje está de greve. O despachante alfandegário espera “que este dia de luta faça com que os trabalhadores conquistem mais direitos, que o Governo se sente à mesa para negociar”. Mas não tem ilusões, “os sindicatos não têm força e fazer greve custa dinheiro”, remata.
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Passaram duas horas e já não há panfletos no Chiado. A equipa desmobiliza para os “call centers” da Estefânia e para as ruas da baixa lisboeta.
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A cidade continua calma. São 10h30, Vasco Guerra faz uma pausa no “call center” da Estefânia. Está há cinco anos a contrato, hoje apanhou boleia do chefe para o trabalho. “Estamos a menos de 50 por cento, mas pela inviabilidade dos transportes” afirma o funcionário. Em registo irónico, Vasco diz que “as greves são muito bonitas, mas não para quem está a prazo” e tem a“certeza que era penalizado se fizesse”. Bruno, colega de Vasco, é assertivo quando diz “não fiz greve porque não posso, seria penalizado, mas faria se tivesse outra situação laboral.” O contrato a prazo há um ano não lhe deixa alternativas. Ser penalizado na “performance” pode significar menos 150 euros e a questão fica assim fora de questão.
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