O Sindicato de Enfermeiros Portugueses considerou «um paradoxo» defender que o Estado não deve privilegiar o acesso ao primeiro emprego a enfermeiros
Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), comentava declarações do ex-ministro da Saúde Correia de Campos.
«Tendo [o ex-ministro] conhecimento que continua a haver uma grande carência de enfermeiros por todo o país», e defender não contratar novos enfermeiros é «um paradoxo», afirmou a dirigente sindical.
Guadalupe Simões afirmou que «o ministério da Saúde reconhece que são necessários mais enfermeiros para a reforma dos cuidados de saúde primários [medida tomada ainda por Correia de Campos] poder avançar, mas avança com os mesmos efectivos em vez de investir em jovens enfermeiros».
«É paradoxal querer avançar numa reforma e não chamar jovens licenciados», reforçou.
«Exportar» enfermeiros não é boa opção
A dirigente do SEP lembrou que continua a haver uma «grande carência» de enfermeiros por todo o país e que estão a ser feitas horas extraordinárias para «manter serviços abertos».
Ainda no que diz respeito à mobilidade no sector da enfermagem, Correia de Campos, substituído no cargo há pouco mais de um ano, disse ainda que existem «imensas possibilidades» de emprego noutros países, exemplificando com o caso britânico. O sindicato reagiu, afirmando que o argumento de Correia de Campos «não faz sentido nenhum».
«Portugal está a desperdiçar recursos, porque aposta na formação de novos enfermeiros e a alternativa que lhes dá é a de irem trabalhar para outros países», explicou.






