Ofertas de salário são 9€ mais baixas que subsídio

Dezoito mil empregos ficaram vagos. Há 560 mil desempregados.

Notícia do JN refere que quem aceitar um trabalho num centro de emprego arrisca-se a perder nove euros por mês.

Os dados constam de um documento enviado ontem pelo Ministério do Trabalho aos parceiros sociais, onde lhes pede que proponham alterações às regras do subsídio de desemprego, para baixar os gastos com esta prestação (uma das medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento).

Neste momento, um desempregado não é obrigado a aceitar um trabalho se o salário bruto não for superior ao valor do subsídio em 25%, durante o primeiro meio ano de desemprego, ou em 10% daí em diante. Esta é uma das maneiras de se saber se um certo emprego é conveniente, e tem que ser aceite, ou não (outras são o tempo de deslocação a partir de casa e a compatibilidade com as qualificações da pessoa).

Seja porque os salários oferecidos são baixos, ou não, o certo é que milhares de postos laborais ficam por preencher, ao mesmo tempo que se avoluma o número de pessoas no desemprego. No início deste ano, havia mais de 560 mil pessoas inscritas nos centros de emprego, e um quarto não recebe subsídio de desemprego (porque ainda não trabalhou o suficiente para isso ou porque já esgotou o tempo de atribuição).

Para os 560 mil desempregados, os centros de emprego receberam 123 mil ofertas de trabalho, mas só colocaram metade.

O Instituto do Emprego e da Formação Profissional tem reafirmado a intenção de captar propostas cada vez mais qualificadas e, portanto, atractivas para os desempregados, mas a maioria das propostas continua a exigir qualificações (e salários) baixos. E são, na esmagadora maioria, denuncia a CGTP, precárias.

Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather