Opinião :: Vota contra a precariedade, Vota contra a violência policial

Hoje é dia de eleições. A precariedade aumenta dia após dia, bem como a exploração e o desemprego. De resto, assim é há muitos anos em Portugal. De alguns retratos escondidos da sociedade portuguesa passámos a ser a maioria dos jovens e a próxima esmagadora maioria do país que vive do seu trabalho, jovens e menos jovens. Como sempre, ao mesmo tempo que a precariedade e a pobreza aumentam, a brutalidade da violência policial também aumenta, para controlar o ânimo de quem não aceita esta proposta social. 

Em poucos dias, soubemos que um agente da PSP pode, numa fração de segundos, decidir matar alguém que não representa qualquer ameaça física para outros e mesmo assim continuar a ser agente das forças de segurança. Pouco antes, no 1º de Maio em Setúbal, agentes da PSP dispararam balas de borrachas à queima-roupa contra os joelhos de um manifestante desarmado. Confirmámos ontem novamente, desta vez no Rossio, que os agentes pagos com o dinheiro dos impostos de quem trabalha estão a ser organizados em grupos de provocação e arruaça pela própria PSP. São eles que provocam, são eles que agridem, são eles que criam situações de brutal insegurança e violência em situações de paz e confraternização… com crianças presentes, idosos, mulheres, qualquer pessoa. Simplesmente porque essa paz e confraternização foge à pasmaceira da existência prefrabricada, do entretenimento alienatório do futebol ou dos concursos super-star em 5 lições.
A Democracia Já, no Rossio, trouxe-nos uma experiência que nenhuma arruaça organizada pela PSP nos poderá retirar. Nenhuma decisão, seja da Câmara Municipal de Lisboa, seja da Polícia Municipal ou da PSP nos roubará aquilo que aprendemos nos últimos meses de luta em Portugal: as ruas são nossas. Nós somos jovens e menos jovens, homens e mulheres, estudantes e desempregados, engenheiros e doutores, licenciados e menos-formados, trabalhadores formais ou informais, anarquistas ou sindicalistas, com ou sem partido, mas que em conjunto recusamos, recusámos há muito, aceitar que é a violência a porta para qualquer solução: seja ela violência social ou policial, com ou sem cacetete.
Hoje, independentemente dos resultados das eleições, independentemente da nossa escolha de voto, sabemos que poderemos oferecer sempre a luta por melhores dias, contra a precariedade, contra a violência e pela Democracia que faz falta.
Porque sabemos que quando a precariedade vem, a Democracia se vai. Quando a pobreza chega, a polícia aparece. Quando a hipocrisia e alienação dominam, a violência social domina. Sabemos que quando o individualismo prevalece, perdemos todos.
Hoje, vota contra a precariedade, vota contra a violência policial. Nunca mais te cales.
A rua é nossa!

rUImAIA

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