Parfois: um bom exemplo das más práticas no retalho

O caso já chegou à comunicação social (ver expresso, jornal i e jornal de notícias) e muitos comentários já se fizeram a este respeito. Assim, os Precários Inflexíveis voltam a lembrar o que se passou e se está a passar no comércio a retalho.
Na passada segunda-feira, 1 de Agosto, os Precários Inflexíveis publicaram uma denúncia de uma funcionária da loja da Parfois. Essa funcionária trabalhou 77h em apenas 8 dias, sem ter tido direito aos descansos, horários e ritmos de trabalho estabelecidos no Código do Trabalho. Chegou mesmo a ter de ser assistida pela equipa médica do Centro Comercial porque desmaiou em virtude de estar à demasiado tempo sem comer.

Após ter sofrido uma enorme pressão por parte da gerente da loja, que lhe terá dito que ela não era boa para trabalhar e que se devia ir embora, esta trabalhadora dirigiu-se à Autoridade para as Condições do Trabalho onde, em conjunto com um responsável da inspecção do trabalho, redigiu uma carta à Administração da Retrolux (Parfois) pedindo o pagamento das horas extraordinárias.
A Administração da Retrolux respondeu despedindo a trabalhadora e depositando uma quantia na sua conta, sem no entanto enviar o recibo de vencimento, conforme legalmente estabelecido.
A situação torna-se então muito clara, esta trabalhadora – tal como as suas colegas e gerente – teve de trabalhar quase o dobro das horas estabelecidas no contrato e quando pediu à Administração o seu pagamento foi despedida.
Entretanto, a criação de uma Página no Facebook “Loja Parfois Escraviza Trabalhadores” tem levado a que se descubram praticas semelhantes noutras lojas da Parfois, mas não só.
Nessa página encontram-se todas as ilegalidades do retalho:
  • KFC do Loures Shopping: horas a mais trabalhadas e chantagem sobre os trabalhadores pondo-os uns contra os outros, chegando mesmo a ocorrer agressão física sobre os trabalhadores;
  • Abusos na Pull&Bear que fizeram a funcionária ficar doente;
  • Pessoas que trabalharam mais de 24h seguidas por que os saldos coincidiram com o inventário;
  • O processo de redução do salário que está a acontecer nas lojas da Natura;
  • As folgas não gozadas e não pagas na Details;
  • A vigilância constante e o desrespeito pelos ritmos e horários de trabalho no Continente do Colombo;
  • A pressão psicológica e o assédio moral sobre os trabalhadores de lojas para que abandonem o posto de trabalho e para que o patrão não tenha de pagar o despedimento.
São muitas as histórias que ali se partilham e que podem ser sintetizadas numa frase que também lá está: “A Parfois é a ponta do Iceberg da exploração de quem trabalha nesta área.”
Os Precários Inflexíveis sabem que assim é mas não aceitam que os Centros Comerciais sejam o Offshore dos direitos dos trabalhadores. A lei laboral e o respeito por quem trabalha não pode ficar à porta dos Centros Comerciais.
Por isso, voltamos a apelar que envies um email à Parfois a demonstrar o teu descontentamento: Parfois escraviza trabalhadores: envia-lhes um email a demonstrar o teu descontentamento
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