Precários e Desempregados já são a maioria dos trabalhadores em Portugal
A ACP-PI apresenta a sua análise das Estatísticas do Emprego do INE desde o 1º trimestre de 2006 até ao 3º trimestre de 2012, concluindo sobre o efeito no emprego das políticas de austeridade executadas nos últimos anos. Os dados são claros e o resultado assustador: os dados oficiais já admitem que precários e desempregados são a condição maioritária entre os trabalhadores; há um declínio contínuo do número de trabalhadores com direitos, e mesmo dentro do trabalho precário ascendem as formas mais extremas de precariedade como o subemprego e o part-time involuntário. As tendências do desemprego e precariedade desmentem a propaganda económica – a precariedade não evita o desemprego, mas promove-o.
Da análise aos relatórios Estatísticas do Emprego desde o 1º trimestre de 2006 até ao 3º trimestre de 2012,, do Instituto Nacional de Estatística, pudemos concluir que, só desde a intervenção da troika (Maio de 2011):
– Perderam-se 90 mil empregos de trabalhadores contratados a prazo;
– O número de trabalhadores em situação de subemprego aumentou em 73 mil;
– O número de trabalhadores a part-time aumentou em 33 mil.
– Há mais 316 mil desempregados;
– No 2º trimestre de 2012 o número de trabalhadores precários e desempregados ultrapassou pela primeira vez a metade de toda a força de trabalho em Portugal.
Conclusões
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Os dados oficiais já admitem que os precários e desempregados são a condição maioritária entre os trabalhadores em Portugal, são a norma.
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As estatísticas mostram ainda o declínio contínuo e coerente no número de trabalhadores com direitos. Todas as alterações à legislação laboral apontam nesse sentido: menos direitos e menos salário, que é quase sempre demasiado baixo no trabalho precário.
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Dentro do trabalho precário, nota-se a ascensão de formas extremas de precariedade, como o sub-emprego ou o part-time involuntário.
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A relação entre precariedade e desemprego e a forma simétrica das curvas que comparam trabalho permanente com trabalho precário provam que a precariedade não evita o desemprego, mas promove-o.
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Os dados comprovam também que a precarização se faz pela reconversão de todo o mundo do trabalho, ou seja, na mudança do regime social. Este regime. de austeridade permanente, propõe para todos a precariedade, combinando a diminuição direitos no trabalho com cortes abruptos no salário directo e indirecto.
O documento com a análise completa da Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis, será disponibilizado no seu website até ao final desta semana. Explicações mais detalhadas sobre as conclusões serão divulgadas a partir de hoje no blog da Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis: “Trabalhadores Precários”, “Emprego a Tempo Inteiro vs Emprego a Tempo Parcial”, “Precariedade, Desemprego Oficial e Real”, “Declínio dos Trabalhadores a Tempo Inteiro, por Conta de Outrem e a Contrato Sem Termo”, “Desemprego e Desemprego Jovem”, “Trabalhadores Precários e Desempregados na Força de Trabalho do País”.
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