Proposta "tipo" do século XXI em Portugal
Tudo nos exigem. Em troca, temos a vida adiada, e muitos e muitas de nós, anos já queimados, esperanças a serem destruídas e projectos arrasados. Deixamos aqui um exemplo (enviado por um ou uma amiga), de um anúncio de emprego para alguém recém-licenciado.
A resposta será dada, no dia 1 de Maio, sexta-feira às 12h, estaremos no Largo Camões (metro Chiado) a concentrar forças para abalar a cidade de Lisboa, num grito único contra a precariedade…
Estagiário Curricular para Departamento RH (M/F)
Empresa: BNP Paribas Data
Introdução:
O BNP Paribas Securities Services (banco detido a 100% pelo BNP Paribas) tem como objecto a prestação de serviços nas áreas de liquidação e custódia de títulos tendo, em Janeiro de 2008, constituído em Portugal uma Sucursal, com o objectivo de vir a criar, ao longo dos próximos 3 anos, um Dual Office, a operar em ligação com os escritórios de Paris, nas áreas de Operações e IT.
Neste sentido, pretendemos recrutar Estagiário curricular para Departamento RH.
Requisitos:
– Frequência Universitária na área de Gestão Recursos Humanos ou Psicologia Organizacional;
– Fluência em Inglês (obrigatória) e bons conhecimentos de Francês são condição preferencial;
– Bons conhecimentos de informática na óptica do utilizador;
– Personalidade: facilidade de relacionamento interpessoal, capacidade e gosto de trabalho em equipa, proactividade, sentido de organização e de responsabilidade.
Oferece-se:
– Oportunidade de aprendizagem;
– Ambiente multicultural e internacional.
Local:
Lisboa (Distrito de Lisboa)
Entrada:
Imediata
ha anos que fazemos manifs da treta que não resultam em nada porque o “activismo” português eh “activismo de escritorio”
age/reage
por isso é que vamos fazer uma manif que não é da treta e tentar “contaminar” outras pessoas, que hoje remam cada uma parar seu lado, para que, no futuro, estejamos todos a gritar em manifs não da treta… e que já agora, sejam sementes de outras coisas.
certamente não podemos é ficar em casa ou no escritório.
Vemo-nos no MayDay Tecido_humano
cumps
rm
pois, concordo mas acontece que nós povo, sentimos os activistas muito longe de nós mesmo quando o discurso nos parece ser proximo…na prática voces não vivem as reais dificuldades que nós vivemos
um desempregado para quem até um banho se tornou um luxo!!!!
amigo anónino… aquilo que te é mais confortável é dizer que estamos longe, porque isso te protege de fazer o que quer que seja para além de um treinador de activismo de sofá.
n ponho em causa que passes dificuldades, mas já chega de desculpas esfarrapadas para não fazer nada.
se estás à espera que alguém defenda melhor os teus direitos do que tu próprio, juntando a tua voz às dos outros e tentanto influenciar gente, então, lamento, mas só contas para que tudo fique na mesma
abraços
…de um empregado que luta por ele e por outros que remetem ao sofá.
Lamento, oh! Como lamento mas tenho que concordar com o/a anónimo…
Desempregado à 8 meses tento firmemente resistir (e até quando???) ás propostas de falsos part-times, falsos recibos verdes e ETT’s…
Nestas andanças, tomei conhecimento do movimento PI, /Mayday inicialmente o discurso envolveu-me: pareciam-me coerentes, despojados, arrojados, empenhados, solidários, eclécticos … uma força independente minimamente organizada para lutar honestamente e tentar “salvar” este país deste estado de coisas, uma força para poder trilhar uma estrada de luta contra a opressão e a barbárie que impera contra os trabalhadores portugueses. Mas aos poucos fui sentindo que afinal não são tão eclécticos como apregoam ser, são empenhados, sim! Mas subjacente ao discurso, lêem-se interesses partidários. São arrojados, sim! Mas não se abrem assim tão facilmente para fora do círculo de amigos restrito e coeso. São precários, sim! Mas vivem uma precariedade “cómoda” e “ privilegiada”! em nada comparada com o desespero da maior parte das pessoas a quem distribuem panfletos (talvez nem saibam, talvez nem consigam imaginar como é a realidade dessas pessoas…)
Das três ou quatro vezes que “tive coragem” para abordar o movimento fora do virtual…senti-me completamente descontextualizado, senti que o movimento é para precários Classe A, precários altamente qualificados e com recursos (financeiros e outros) acima da média onde se passa subtilmente uma determinada mensagem partidária e que serve paralelamente para auto-promoção de alguns deles.
È sempre mais do mesmo.!!!
P.M.
Caro anónimo que assinas como P.M.
É muito típica a crítica aos precários privilegiados. Também, o facto de classificar de grupo de amigos só denota que realmente não conheces o grupo de pessoas em causa nem sequer a forma de organização.
O mais ridículo, e desculpa, mas é ridículo, é dizeres que vivemos uma precariedade cómoda e priviligiada… e que não fazemos ideia das vidas das pessoas com quem falamos na rua.
Mas olha, pelo menos falamos com elas, e estamos lá… na rua. Não estamos no sofázinho.
Como é óbvio, eu não estou a responder pelo PI, mas os teus argumentos são o costume de algumas pessoas que têm a razão toda, mas têm-na sozinho.
Quando quiseres vir trabalhar avisa… abraços
ps: já agora, podias perder o medo e assinar de forma a que se perceba quem és… boa? Ou é esse o tipo de luta que defendes? …olha, nós, mais precários ou menos, damos a cara. E não fazemos distinções baseadas no precariómetro como é óbvio.
Para P.M.
Pois eu não sei que idade você tem nem que situação vive, eu, já vou caminhando para os 50, vivo uma situação mesmo desesperada… estive na entrega dos prémios precários no Ateneu e mais recentemente no Largo do Carmo. Reconheço que estes jovens têm uma linguagem e uma abordagem diferente da que eu teria mas também, francamente ainda não encontrei alternativas. Depois, como só posso aparecer assim pontualmente, acredito que se perde muita da informação pelo caminho.
Vou acompanhando as iniciativas que eles promovem e quando posso dou uma ajudita modesta (colei autocolantes nos MB, distribui panfletos, divulguei via e-mail as iniciativas e os blogs).Senti um certo alivio quando uma activista me disse que também ela nem sempre teve disponibilidade total como tem presentemente.
Talvez o M.P. se sentisse mais integrado se pudesse fazer pequenas coisas que no seu intimo sabe que são úteis para transformar esta “porcaria” que vai para aí…
A mensagem partidária…talvez exista mas para mim é irrelevante se realmente conseguir unir esforços para mudar palpavelmente alguma coisa só temos mais é que apoiar.
Não sei se tem filhos eu, tenho dois e quero lutar pelo futuro deles. Aliás, nesta luta eles estão envolvidos porque são os principais prejudicados por estas políticas actuais, e por este constante roubo ao povo, e por esta exploração desenfreada e imoral.
Olhe M.P. eu não acredito que nenhum movimento tenha sido ou seja sempre consensual…temos é que medir os prós e os contras…e decidir!
Já reparou que estes seres, (classe A ou B ou C) que acredito que tenham outros afazeres e interesses na vida estão a disponibilizar os meios que têm solidarizando-se consigo, comigo, com todos …
Eu vou lá estar na parada Mayday…talvez me sinta como você diz “descontextualizada”
Mas pelo menos tenho um espaço para mostrar o meu desagrado contra tudo o que não posso estar de acordo: desemprego dos trabalhadores para benefício do lucro fácil dos patrões! Falsos recibos verdes para benefício do lucro fácil dos patrões (que na maioria dos casos “por acaso” até é o estado. Falsos part-times de 6 e 7 horas! Falsos contratos a termo. Recrutamento canibal por empresas ETT (em muitos casos para o estado) …
Amigo M.P o que pesa afinal mais neste desequilíbrio de coisas?
Um abraço:
Estela