Protesto no McDonald's: são muito mais de 50 as pessoas despedidas ilegalmente
Esta tarde alguns trabalhadores do McDonald’s que estão a ser demitidos pela empresa concentraram-se frente ao restaurante da empresa na Av. da República. A Ass. de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis esteve presente a demonstrar a sua solidariedade para com estas pessoas e pudemos falar um pouco sobre o que realmente se passa nos restaurantes da multinacional americana.
Na verdade, e ao contrário do que tem vindo a público, são muito mais do que 50 as pessoas atingidas por este despedimento coletivo, mas o modo de as demitir repetiu-se de norte a sul.
Todos foram chamados à parte pelo gerente e metidos num taxi que os levou às instalações do escritório de advogados da empresa. Aí foi-lhes apresentado um acordo de rescisão do contrato que tinha de ser assinado na hora para que pudessem ter acesso a uma indemnização compensatória. Quem não assinasse logo ali não teria direito a nenhuma indemnização ou subsídio de desemprego, de acordo com as informações do advogado da empresa. Logo após assinarem, os trabalhadores eram levados a um notário para reconhecimento das assinaturas e tinham ainda de assinar uma declaração de confidencialidade para que não pudessem divulgar os termos do acordo.
Este cenário que nos descreveram representa um chorrilho de ilegalidades e atropelos à legislação laboral. Aliás, a empresa realizou processo de recrutamento recentemente para poder ultrapassar a inibição de poderem contratar para o mesmo posto de trabalho depois de um processo de despedimento. Esse ato denúncia uma preparação meticulosa para despedir estas pessoas.
E a empresa fala de um “perfil” que alegadamente as pessoas a serem despedidas não têm, mas na verdade o que a McDonald’s está a fazer é a despedir pessoas que têm contratos efetivos por precários com contratos temporários e salários e regalias mais baixas. Pelo caminho ainda se livra de pessoas que estão em convalescença de acidentes de trabalho que tiveram nos restaurantes, mulheres que engravidaram ou que estão a amamentar.
O Sindicato de Hotelaria Sul está apoiar estes trabalhadores, mas temos de ser muitos e muitas mais a demonstrar a nossa solidariedade para com estas trabalhadoras e estes trabalhadores. A McDonald’s tem de saber que não pode fazer o que quer e aproveitar a crise para substituir efetivos por trabalhadores precários com salários ainda mais baixos.
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