Protestos põem em causa governo Rajoy

A resposta massiva à austeridade coloca o governo em causa. Perante a introdução de medidas draconianas no valor de 65 mil milhões de euros de cortes a resposta popular foi unitária e a política do governo Rajoy perdeu a sua base de suporte. No entanto a resposta dos mercados foi a continuação dos ataques especulativos, tendo na 6ª feira o IBEX tido o pior dia do ano, com quedas de 5,91%. A resposta do governo é mandar efectuar mais cargas, violentas, sobre os manifestantes.

A menos de 24 horas da reabertura da bolsa em Espanha o governo treme e ataca para todos os lados. Se na 6ª feira a queda nas bolsas tinha que ver com a incertidão na zona euro, hoje o Ministro da Economia Gonzaléz Pons já acusa a Alemanha de querer expulsar a Espanha do Euro e o BCE de ser conivente com este intento. O acordo que pretensamente teria sido atingido na última cimeira europeia está portanto em causa. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, José Gracía-Margallo, veio hoje dizer que o Banco Central Europeu, dirigido por Mario Draghi, “Deve deixar de ser um banco ‘clandestino’ e deve ‘apostar no euro’, contrariando os ataques dos especuladores.” Na 6ª o Parlamento Autónomo de Valência pediu um resgate de 500 milhões ao governo central, e hoje foi a a vez de Múrcia, que pediu 200 a 300 milhões.
Gonzaléz Pons é a imagem do desespero e da total falta de soluções do governo para o país, afirmando “Se o BCE quiser, isto acaba segunda-feira. E se não acabar segunda-feira, é porque o BCE não quer. Ou dito de outra maneira, porque alguém não quer que o BCE queira. Essa é a realidade: há alguém que não queira que Espanha e os países do sul pertençam ao mesmo clube que os países do norte da Europa”.
A resposta popular, massiva, unitária e pacífica, tem sido de milhões. 5ª, 6ª feira e sábado por todo o país organizações e cidadania vieram informar o governo de que não vão assistir passivamente ao maior ataque ao Estado Social da história do Estado Espanhol. Partidos políticos de esquerda, sindicatos, organizações profissionais, funcionários públicos, movimentos sociais, desempregados e populações indignadas saíram à rua, em Madrid, Barcelona, Valência, Zaragoza, Sevilha, Tarragona ou A Corunha. As imagens são impressionantes:


O governo, sem respostas políticas ou económicas, impotente para resolver os problemas do  país, sem capacidade de manter qualquer espécie de legitimidade, continua a contar com a polícia anti-distúrbios para realizar fortes ataques contra as manifestações e as populações, que cada vez menos aceitam o estado das coisas e exigem mudanças efectivas.


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