Qualquer dia nem estudantes nem faculdades… só notas senhores, só notas

Enquanto cada vez mais estudantes abandonam o ensino superior devido a insuficência económica, os reitores de algumas universidades enviaram uma carta ao governo avisando que várias instituições estão também em vias de abandonar o ensino superior. É como quem diz, estão sem dinheiro para pagar aos funcionários… em falência técnica desde 2008.

Parece que as universidade do Algarve, Açores, Évora, Trás-os-Montes e Alto Douro e Madeira e três institutos politécnicos estão na linha de água. Ao mesmo tempo vão sendo cada vez mais os casos de pedidos de ajuda ao Banco Alimentar Contra a Fome da parte de alunos que precisam de ajuda para comer.

Parece que a receita à bolonhesa no ensino superior passa por varrer os alunos das decisões das escolas e integrar a distinta sociedade civil do capital, gestores e empresários, nos órgãos de decisão das mesmas.

Será fácil de ver que os arautos do livre mercado, aliás, alguns dos que beneficiam da desgraça da maioria, nos querem impingir essa gente com o sacro-santao objectivo de fazer as escolas mais “produtivas”. Isto geralmente quer dizer que alguém enriquece enquanto a maioria empobrece. Quando o ciclo de acumulação estiver a terminar, o Estado, ou seja, nós, metemos a mão por baixo para que eles não se magoem.

Já vimos este filme nos bancos, o problema é que a gravidade de um colapso no ensino pode ser bem maior do que no sistema financeiro. As pessoas não são números, e que se saiba, ainda não se decide injectar pessoas formadas no mercado, ou mandar imprimir mais meio-milhão de pessoas pensantes, autónomas, criativas… cidadãos, no sentido mais interessante do termo.

Nessa “meia-dúzia” de senhores da “sociedade civil” certamente figuram alguns dos que ganharam em 2008 a módica quantia de 50.000€ mensais através do roubo e da chantagem sobre as condições de vida de tantos e tantas. Já nos conhecemos.

rUImAIA

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