Quem é o jovem desempregado?
O Dinheiro Vivo desenhou o perfil dos jovens desempregados tendo em conta os dados do INE e chegou à conclusão que, quando falamos de desemprego jovem, estamos a falar de quase metade das pessoas com idades entre os 15 e os 24 anos. A Grécia e a Espanha estão piores, com o desemprego jovem a ultrapassar os 50%.
Em Portugal os desempregados jovens são mais do género masculino (41,1% contra 37,2% das mulheres) e vivem na região norte (63,3 mil) ou em Lisboa (46,6 mil), são solteiros e, apesar de serem jovens, estão desempregados há mais de 12 meses.
Estas pessoas procuram emprego nas mais diversas áreas, como a agricultura, a produção animal ou a indústria, mas é nos serviços que a maioria pretende trabalhar (notícia Dinheiro Vivo aqui).
Este artigo aparece num momento em que se fala de um pacote de ajudas comunitárias para o combate ao desemprego jovem que poderá contar com 3 mil a 5 mil milhões de euros a serem divididos entre os países da UE. Este fundo, de acordo com as notícias, poderá vigorar entre 2014 e 2020.
No entanto a pergunta é: para os milhões desempregados jovens da União Europeia a promessa de um fundo que apenas irá entrar em vigor no próximo ano fará a diferença?
Conhecendo os rotundos insucessos de programas como o Estímulo 2012 ou as medidas do Emprego Jovem 2012 já sabemos que se tratarão de estágios profissionais precários que apenas ficarão bem na estatística do desemprego. Um combate ao desemprego jovem e a todo o desemprego só se faz através de políticas que criem emprego e não através do regime de austeridade que está a destruir a Europa Social.
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“Um combate ao desemprego jovem e a todo o desemprego só se faz através de políticas que criem emprego…”
Enquanto a Educação como um todo, desde a primária, formar EMPREGADOS, nenhuma política de emprego resolverá o problema do desemprego.
Singapura está já a ensinar as criancinhas da primária, através de jogos (e à medida que avançam, através de problemas simples), noções de Tempo, Dinheiro, Investimento, Risco, etc.
Eles estão a mudar a Educação para que deixe de produzir empregados e produza empresários. Este é o futuro: Cada cidadão poder ser capaz de criar e MANTER o seu posto de trabalho, e ser capaz de mudar de actividade se o mercado assim o exigir!
Outro aspecto a ter em conta é aquilo que é preconizado em Logicracia:
Logicracia para Portugal
3/10/2013
A EDUCAÇÃO TEM DE SER TOTALMENTE REPENSADA (II):
A Educação desempenha um papel importantíssimo no combate à Incompetência, ao Vandalismo e à Criminalidade.
Estatísticas estadunidenses dizem que mais de 80% dos reclusos são iletrados (analfabetos ou quase).
Há assim que:
1 – Fazer chegar a Educação a todos.
2 – Desenvolver ou usar um método de aprendizagem que permita às pessoas realmente aprenderem em vez de as estimular a decorar as matérias para os testes e exames.
OBSERVAÇÃO da REALIDADE
As crianças não sabem realmente o que é a Escola. São obrigadas a frequentá-la. Umas fazem-no de bom grado, outras não.
As crianças que não gostam de ir à Escola, que não gostam de um professor ou de uma matéria, são crianças a quem o conceito de Escola não foi explicado. As crianças gostam de aprender.
No passado, os castigos corporais obrigavam as crianças a terem que aprender. E se não o fizessem seriam castigadas.
Na década de 1960, a Psicologia e os Direitos do Homem proibiram os castigos corporais nas escolas. Mas não deram resposta ao problema da aprendizagem. Apareceu a Pedagogia que se refere aos métodos de ensino e não aos de aprendizagem.
Com isso, assistimos a uma libertinagem crescente, à revolta dos alunos, ao início do vandalismo generalizado e hoje em dia, ao bullying, agressão a professores e até massacres com armas de fogo. Isto é pura manifestação de revolta.
Mas revolta contra quê?
Revolta contra o facto de ser obrigado a frequentar uma coisa que não se compreende. Revolta por se ser obrigado a ir à escola, na qual o aluno não vê interesse, nem sabe porque deve ir à Escola.
Vemos assim que é preciso explicar muito bem o Conceito de Escola. Mas isso não é tudo.
Durante o processo de aprendizagem, se o estudante não compreender aquilo que lhe está a ser explicado, ele perde o interesse, começa a distrair os colegas e é “indisciplinado”
a base para o vandalismo.
Os professores não são treinados em identificar no momento, os sinais de incompreensão. Isso é feito mais tarde aquando dos testes e exames. É aí que o professor sabe o que cada aluno sabe ou não sabe (percebeu ou não percebeu).
Muitos professores (manda a Pedagogia) revêem a matéria, mas não perdem muito tempo já que o tempo é curto para o vasto programa anual que o Ministério da Educação instituiu, e não podem fazer os que perceberam, perder tempo com os que não perceberam.
Vemos assim que há alunos que continuarão sem ter percebido a matéria.
Todos sabemos que a matéria é ministrada em gradientes e se não se sabe o básico muito dificilmente (e é mesmo impossível) se COMPREENDERÁ a matéria de níveis superiores. NINGUÉM que não saiba somar, aprenderá a multiplicar! Ninguém!
Os alunos desenvolvem assim, truques para passar nos testes e nos exames: Decoram, copiam… mas no fundo não sabem.
Passam de ano sem verdadeiramente saber. Passam por receio de serem castigados pelos pais não brincando, não recebendo prémios de desempenho, etc.
Muitos pais estimulam esta falsa aprendizagem com prémios em função das notas. O resultado é incompetência, perda de qualidade nos produtos de uma organização, até mesmo incompetência política e administrativa no governo e no aparelho de estado e nas empresas. São a causa de alguns dos despedimentos. São a causa de muitos desastres económicos, são perdas e/ou ganhos que deixam de ser tidos, são a causa de quase todos os erros humanos, de acidentes de trabalho…
Há assim que, tb neste aspecto, repensar a Educação.
Quando foi que apareceu o conceito ‘emprego’?
O conceito apareceu na transição do feudalismo para a manufactura.
Foi nessa altura que a Educação deixou de ser privilégio da Nobreza e do Clero.
Vemos que a Educaçao de hoje, continua estupidamente, a formar EMPREGADOS quando nao há mais EMPREGO.
Nunca se resolverá o problema do desemprego enquanto nao se mudar a Educaçao.
As pessoas têm de ser ensinadas desde pequeninas, nao é com um treino de 2 ou 3 meses no centro de emprego, que vao criar e manter uma empresa.
Há que mudar mentalidades e isso faz-se desde pequenino, como se está a fazer em Singapura:
Estao a ser ensinados conceitos como Investimento, utilizaçao do tempo, de recusrso, gestao de risco, já às criancinhas da primária. E os conceitos vao sedo aprofundados à medida que os alunos progridem na Escola.