SEC interrompido pela Cultura
O “Manifesto em defesa da Cultura” esteve ontem presente, em protesto, fora e dentro da Assembleia da República durante a audição do Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, exigindo que 1% do Orçamento de Estado seja direccionado para aquele sector e exigindo a demissão deste governo.
No interior da AR o grupo interrompeu o SEC enquanto este respondia aos deputados e deputadas, no exterior o grupo leu o texto de apelo para esta acção, que aqui publicámos, e estendeu um grande pano vermelho onde se podia ler “1%”. Esta acção de protesto teve o apoio e a presença do CENA – Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual, e do Sindicato dos Trabalhadores do Espectáculo.
Uma das frases mais repetidas pelos manifestantes foi: “o Estado tem, na Constituição, o apoio à Cultura como obrigação”. Os últimos 15 anos de governação têm sido marcados por um desinvestimento constante no sector cultural, os anos da “crise financeira” aceleraram este processo e deixaram várias entidades de criação e divulgação cultural à beira da extinção. Os decisores políticos tornaram Portugal num país que não pensa a sua Cultura democraticamente, um país que se rendeu ao facilitismo de consumir, sem critério, o que a cultura dominante nos oferece.
A exigência de 1% para a Cultura não é nova e é a medida que em muitos países se tenta atingir. A Cultura é um factor decisivo na democratização da vida pública, do pensamento crítico e do entretenimento que se quer artístico, apenas isto bastaria para que o sector fosse mais acarinhado por este governo, e mesmo que vamos para o campo dos números antes das pessoas, o campo preferido do executivo PSD/CDS, também aí a Cultura vence, é que mesmo em tempos de “crise financeira”, a Cultura nunca deixou de criar postos de trabalho e de multiplicar o investimento que nela é feita, como provam as políticas europeias para o sector e os vários estudos em que se baseiam.
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