Via FERVE: testemunho de precariedade no IEFP!

Partilhamos aqui um testemunho recentemente divulgado no blog do FERVE. É mais uma história pessoal de precariedade… no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP)! Depois do país ter ficado a saber que a leitura das opiniões políticas do primeiro-ministro contam nos concursos internos do IEFP, este testemunho vem reforçar a triste realidade vivida num organismo do Estado que, ainda por cima, tem todas as responsabilidades na área do emprego! Mais uma vergonha, no País das Impunidades!

Trabalho há praticamente treze anos exclusivamente para o IEFP e para empresas de gestão protocolar do IEFP, como formador. Desde 1996 que passo recibos verdes e sofro com a precariedade.

É que a formação por vezes pára alguns períodos, havendo que realizar alguns trabalhos de organização que são feitos gratuitamente para podermos manter esperanças de continuar a dar formação. Nestas alturas a “corda na garganta” aperta e já estive muitas vezes desesperado… Com tudo isto não tenho direito a subsídio se for posto na rua por não haver formação, nem a estar de baixa ou dar assistência à minha família se necessário.

Aparentemente, no final do ano até tenho razoáveis rendimentos (menos de 25000€) mas tenho de pagar Segurança Social, impostos, custos muito grandes de deslocações pois a formação é feita em locais diversos (por vezes ando mais de 1000km por semana), refeições, etc… Feitas as contas, temos um trabalho que é altamente qualificado pago ao preço da chuva.

Tenho 41 anos e apesar de ir tendo trabalho, tenho também a certeza que vou pagar caro esta minha paixão pela formação profissional. Perspectivam-se mudanças nos próximos anos. A formação profissional por parte do Estado, a continuar nos moldes actuais, vai terminar rapidamente.

A qualidade da formação está a baixar tremendamente o que conduzirá ao descrédito e ao final. Nessa altura ficarei com uma mão à frente e outra atrás….

Fernando Marques

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