25 Abril e a vitória da liberdade
A partir desse dia o povo lançou as bases da Democracia e das suas enormes promessas. As conquistas populares construíram uma sociedade com eleições livres e democráticas com direito de votos para homens e mulheres, com um Serviço Nacional de Saúde que servia todas as pessoas, com o desabrochar da Escola Pública que permitia que todos quantos quisessem pudessem estudar, com os pilares de uma Segurança Social solidária para os trabalhadores, para os idosos e para os doentes, serviços públicos de qualidade e universais, trabalho e paz, com o fim da guerra em África.
Essas conquistas foram saltos de gigante, de enorme profundidade, que fizeram a sociedade progredir socialmente, repartindo melhor os recursos que eram produzidos.
Hoje, 38 anos depois desse momento de levantamento popular contra uma ditadura que se dizia “inevitável”, sabemos que o 25 de Abril não está nunca garantido e que as suas conquistas não são transcendentes.
Pela primeira vez em 38 anos, algumas personalidades do 25 de Abril (Vasco Lourenço, Mário Soares ou Manuel Alegre) e a Associação 25 de Abril decidiram não estar presentes nas comemorações oficiais da Revolução dos Cravos. Este é apenas mais um sintoma da indignação face ao regime de austeridade.
Há poucos dias fez um ano da entrada da famigerada troica do FMI, do BCE e da CE em Portugal e a vida das pessoas que vivem e trabalham em Portugal piorou consideravelmente. As “inevitabilidades” apenas criaram mais desemprego, mais precariedade, mais pobreza, mais fome, mais desigualdades sociais, mais défice e menos justiça social e política que respeite as pessoas.
Por isso, nos ciclos de mobilização que se avizinham, – amanhã, no 25 de Abril; no 1º de Maio, Dia do Trabalhador, com o Mayday contra o desemprego e a precariedade; no 12 de Maio, Primavera Global – sabemos que só a solidariedade e a força de voltarmos a construir juntos e juntas as pontes e as solidariedades é que nos permitem enfrentar o regime da austeridade permanente.