Belmiro de Azevedo quer empregos (ainda mais) baratos

Em declarações a propósito da corrida de Vítor Constâncio ao Banco Central Europeu, Belmiro de Azevedo afirmou que o assunto é “irrelevante” para Portugal e que os problemas do país “não se resolvem com títulos”. Até aí concordamos. Mas o grande vencedor dos Prémios Precariedade 2008 na categoria Acumulação até gosta de partilhar e, por isso aproveita a ocasião para oferecer de bandeja e às claras a receita de que se tem valido para enriquecer. É que, segundo Belmiro de Azevedo, “o que o país precisa é que se crie riqueza, que sejamos competitivos, que gastemos o dinheiro bem gasto, empregos razoáveis, baratos, se não, qualquer dia temos complicações de natureza social e o país não se governa sem coesão social“.

Belmiro de Azevedo só pode andar distraído. Empregos razoáveis, mais baratos? Só se for de graça ou, se calhar, no Continente. Mas mais curioso ainda é Paulo Azevedo, seu filho e presidente executivo da Sonae, apresentar a empresa afirmando que investem na criação de emprego de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento dos colaboradores e parceiros que com eles actuam… Em que é que ficamos? Ou será o epíteto”de qualidade” compatível com “barato”?

Isto tudo no dia em que se soube que o volume de negócios da Sonae cresceu seis por cento nos primeiros nove meses deste ano, com um aumento de 42 por cento no resultado líquido directo total da empresa… Será da crise?

MM

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