Braga com 35 mil jovens trabalhadores precários
Há ainda 8300 pessoas com salário em atraso dizem sindicatos Só no distrito de Braga existem 35 mil trabalhadores jovens, com cerca de 25 anos, em situação de trabalho precário, e outros 8300 operários com salários e subsídios em atraso. A denúncia partiu da União dos Sindicatos de Braga (USB), que solicita a intervenção do primeiro-ministro, José Sócrates, e da Inspecção-Geral do Trabalho para travar este dramático cenário social. A USB exige a celebração de contratos de trabalho para todos os trabalhadores.
“Calculamos que pelo menos 35 mil jovens, com cerca de 25 anos, tenham o estatuto de trabalho precário”, alertou o coordenador da USB, Adão Mendes, no âmbito da “estafeta contra a precariedade” que está a promover junto de várias empresas do distrito e que irá percorrer todo o País. Nestas empresas, o sindicato detectou a existência dos “falsos” recibos verdes, trabalho a prazo ou “ao dia e à hora”. Por isso, a entidade está a recolher assinaturas junto dos trabalhadores para depois entregar à Assembleia da República para exigir o fim da situação.
Adão Mendes denunciou o aumento do trabalho precário em empresas do sector eléctrico, como a Delphi, junto ao complexo Grundig, em Braga. O DN contactou a empresa, que recusou “fazer qualquer comentário sobre a questão”. O sindicato juntou ao rol as grandes superfícies comerciais e as empresas do sector têxtil.
Num distrito onde o desemprego afecta cerca de 50 mil pessoas, o sindicalista denunciou ainda o caso de uma funcionária de um café que, por estar grávida, “a entidade patronal a retirou do seu serviço habitual ao balcão”. Mais, alertou, “a operária passou a fazer serviço de limpeza, sujeitando-se a produtos químicos pre- judiciais para a sua saúde”. Adão Mendes revelou também que a senhora passou a ser “perseguida” pela entidade patronal depois de ter apresentado queixa na Inspecção-Geral de Trabalho. Por isso, o sindicato já solicitou a intervenção da Comissão para Igualdade no Trabalho e no Emprego.
O coordenador da UBS anunciou ainda que o desemprego aumentou no distrito, sendo que só 25 mil de-sempregados são de longa duração.
Por tudo isto, a União de Sindicatos defende a revisão das normas “gravosas” do Código do Trabalho, o direito à contratação colectiva e a sua aplicação em todos os locais de trabalho. Por fim, Adão Mendes apela ao investimento na região para criar mais emprego.
notícia do DN Online