Cavaco: "Acabaram as ilusões e não bastam sacrifícios"

No discurso do 5 de Outubro, Cavaco Silva disse “Acabaram os tempos de ilusões. Temos um longo e árduo caminho a percorrer, para o qual quero alertar os portugueses de uma forma muito directa: a disciplina orçamental será dura e inevitável, mas se não existirem, a curto prazo, sinais de recuperação económica, poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira que subscrevemos”; e depois continuou: “Perdemos muitos anos na letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado. Acomodámo-nos em excesso”.

Assim, o Chefe de Estado finge dar uma no cravo e outra na ferradura quando, na verdade, só pede mais sacrifícios aos portugueses e às portuguesas, repetindo a velha ladainha do “vivemos acima das nossas possibilidades”.

A disciplina orçamental que Cavaco Silva defende está a provar-se a solução errada tanto na Grécia (onde o Primeiro-ministro já anunciou que irá falhar as metas do défice em 2011 e 2012) e em Portugal (onde Passos Coelho já admitiu que o défice do primeiro semestre foi de 8,3% quando acordámos com a UE terminar o ano nos 5,9%).

O caminho é errado, sacrifica a economia e os cidadãos dos países que o tomam e não defende a moeda única, mas o Presidente da República insiste em ser o timoneiro da destruição da economia e do emprego.

De facto, a única frase acertada de Cavaco terá sido “Acabaram os tempos de ilusões”, principalmente da ilusão de que a austeridade é o caminho a seguir.

Notícia Público aqui.
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