Comissão Europeia vai agendar conferência sobre desemprego jovem. Fará mea culpa?

Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, disse esta manhã em Estrasburgo que o desemprego jovem era a sua prioridade e que por isso irá organizar uma conferência em abril sobre o tema. Depois o ex-primeiro ministro português disse que o crescimento regressou à Europa, e tal facto é também visível nos países-membros mais vulneráveis”.

Mas é preciso ver o filme todo antes de empurrar a verdade inconveniente com a barriga. O desemprego na Europa e na zona euro atingiram patamares históricos e o desemprego jovem ainda mais com uma média de 24% na zona euro e de 23,4% na União Europeia. Isto quer dizer que, tomando apenas os dados oficiais e não o desemprego real, um em cada quatro jovens europeus não trabalha e não estuda.

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Gráfico de DEREK THOMPSON

Nos países sob intervenção da troika a situação é ainda pior, com a Grécia com uma taxa de desemprego jovem de 62,5%, Espanha nos 56%, Portugal nos 42% e a Irlanda nos 26%. Sempre acima da média europeia e duas vezes superior do que no período antes da crise.

Mais, o que se assiste é que o desemprego, tal como o desemprego jovem, aumentou muito com a intrevenção das troikas, principalmente por causa dos programas de austeridade que foram implementados.

E, como é sabido, a Comissão Europeia é um terço da troika, juntamente com o FMI e com o o Banco Central Europeu.

Por isso, na conferência de abril agora anunciada por Durão Barroso só podemos exigir que a Comissão Europeia reconheça os erros que fez e que os corrija, pois, caso contrário, todos perceberão que se trata apenas de uma manobra para as eleições europeias.

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