Como podem os call-centers e o trabalho temporário serem trunfos para o futuro?! | Opinião
Li este artigo ridículo e não me contive.
De forma camuflada, as Empresas de Trabalho Temporário (ETT’s) apresentam-se, com grande descaramento, como uma alternativa para os estudantes universitários terem “uns trocos” para ajudar nos estudos; papel esse que tem de (ou que deveria de) ser salvaguardado pelo Estado Social.
A ideia de que através dos call-centers e do trabalho temporário se ganha dinheiro e experiência torna-se absurda quando se verifica que o que interessa às ETT’s é conseguirem mão-de-obra qualificada e barata. Fazendo dos trabalhadores meros recursos, negoceiam direitos e lucram à custa dos baixos salários que praticam. Neste triângulo amoroso entre a ETT, a empresa que solicita o serviço e o recurso (trabalhador), vencem os dois primeiros em detrimento do último, que nada mais ganha para além do estatuto de “explorado”.
Esta forma de publicidade, que tem vindo a ser defendida pelas empresas de call-center e ETT’s, só revela que, cada vez mais, se defende a precariedade em Portugal.
Carla Prino







Quem dia call centers diz outro emprego qualquer da “moda” de hoje em dia, seja empregos em lojas de shopping, os famosos door to door (aqueles empregos fantasticos anunciados em todo o lado como oportunidades de ganhar muito acima da média trabalhando para grandes empresas de telecomunicações mas na verdade é a maior bosta possivel)…o grande problema é que não há mais nada!! Abram o jornal,vejam sites de emprego, dirijam se ao IEFP e vejam se encontram UM emprego que seja para licenciados sem pedirem anos e anos de esperiencia!! Ou mesmo que não seja para licenciados, que seja a pedir mão de obra qualificada e que ofereça um ordenado MINIMAMENTE justo!…Encontram? Eu não. É por isso que trabalho num shopping…para uma empresa de trabalho temporário, vestindo a blusa da maior empresa de telecomunicaçoes do país…a ganhar o ordenado minimo com contratos mensais.
Que não haja mais nada é um grande problema, e a acentuar-se cada vez mais com este (des)governo que nos mata o país.
Que a Ana Pereira trabalhe com contratos mensais para a maior empresa de telecomunicações do país através de uma ETT e a ganhar o ordenado mínimo é um problema totalmente diferente e contra o qual os Precários Inflexíveis vêm lutanto há muito (muito antes desta crise). Não há direito que duas empresas construam o seu património às custas da vida da Ana e de muitos mais: uma que já é uma das maiores do país, e outra que não produz absolutamente NADA e funciona como um chulo, vendendo pessoas como mercadoria e ficando com grande parte do bolo.
Algo de estranho está a acontecer no mercado de trabalho e não passa de uma brutal fuga ao fisco com a concordância do estado e ninguém diz nada!
E nisto inserem-se uma ou duas leis que não sei quais são que permitem a fuga!
A primeira é a contratação em formação e a formação On-Job!
Com estas duas primeiras as empresas conseguem duas coisas! Primeiro Mão de Obra barata e não pagar impostos! Se a lei fosse bem feita, só os empregados teriam direito ás regalias! Ou seja não perder Subsidio de Desemprego! Na prática o Trabalhador sai duplamente lesado! Pois Todos esses meses de trabalho On-job acabam por não ser colectados pela SS. Com isto aumenta-se o período de carência do trabalhador tendo em caso de 3 meses de Trabalho com formação On-job de ter de trabalhar 15 meses até ter direito ao subsidio! Isto pode parecer idiótico mas pensem em pessoas sozinhas a ter de pagar contas e principalmente em famílias mono-parentais! Mas isto nunca acontece pois na maioria das vezes o trabalhador é despedido antes do fim dos 3 meses pois é apenas uma forma de tapar buracos na empresa! O trabalhador mesmo candidatando-se a trabalhos sem recibos verdes é precário na mesma e facilmente anda mais de um ano nesta vida! É um verdadeiro buraco Social!
O segundo caso é do programa de estágios apoiados pelo IEFP que levam a empresas a contratar empregados a metade do preço, até seria bom, se as mesmas empresas não chamassem as pessoas em regime de experiência apenas para preencher falhas temporárias ou para responder a contratos grandes de mais que para os quais não têm pessoal! Findo o volume extra de trabalho, demitem o trabalhador e caso tenham mesmo inscrito o trabalhador dão baixa dele! Com este truque contratam sem ter de pagar impostos! Tenho visto isto acontecer a varias pessoas e principalmente por períodos de 2 3 4 semanas!
também eu… pior mesmo é ter trabalhado para a Randstad RH com um NIF e sem ter saído do posto de trabalho, fui “despedido” e voltado a ser contratado para a Randstad Serviços, com outro NIF. Em 3 anos continuo a receber 500 eur base. Gostava de ver todos os políticos que fizeram estas leis a trabalharem a 500 eur por mês e chegarem ao meio do mês com menos de 100 euros na conta…
Infelizmente é como todos dizem, mas ninguém acorda, o problema que se põe é que os interesses que estão por detrás disto tudo é que as pessoas envolvidas nestas empresas estão todas nas altas esferas e ninguém lhes toca, quem paga é a falencia do povo e o definhar da economia do País.Por cada empregado a trabalhar através deste “Cancro” de ETT’s, a empresa que precisa do trabalhador paga quase 3 vezes o ordenado pago ao trabalhador, ou seja, a empresa empregadora não faz descontos do empregado, o empregado ganha pouco e não tem a mesma produtividade como se tivesse a responsabilidade e a satisfação de ter um ordenado em condições para viver, a ETT paga apenas os impostos referentes ao parco ordenado pago ao empregado. Perde o País