Comunicado do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas
O êxito da greve dá-nos força para continuar a luta!
Manindústria é uma “capa”
Com apenas dois dias de luta deu para termos a percepção da importância que a EDP dá à prestação de serviços que executamos continuadamente há muitos anos.
É de facto uma prestação de serviços que só é importante mesmo do ponto de vista do trabalho que aparece feito, muitas vezes em condições de salubridade deficientes. Mas quanto à responsabilidade social, que é isso para a EDP.
Provado está também que a EDP, é o primeiro responsável pelo trabalho que executamos no dia-a-dia, todos os dias do ano. A figura da Manindústria aqui de pouco mais serve do que para pagar os salários de todos nós, depois de receber o que lhe é dado pela EDP, sempre aceite e depois utilizado como argumento para criar um quadro de precariedade cada vez mais acentuado.
Mas está também provado o nível de envolvimento da EDP em todo este processo, pela assunção das responsabilidades pelos equipamentos que normalmente conduzimos, ao substituir trabalhadores em Greve (ilegalmente), pelos trabalhadores de uma das suas empresas.
De facto esta luta só existiu porque desde Outubro do ano passado que nos são devidas actualizações salariais, sem que EDP e Manindústria tenham demonstrado na prática qualquer vontade em rever efectivamente os salários, demonstrando desprezo pelos trabalhadores.
Independentemente de sermos trabalhadores precários, disponibilizámo-nos desde o início da greve para assumir a responsabilidade das instalações e garantir a sua segurança como todos os dias. Mas, a resposta foi a arrogância, provocação, afronta e total desrespeito, onde até o recurso a trabalhadores da Efacec foi também utilizado para contornar seguranças dos equipamentos, o que, conjuntamente com a situação acima referida, levou à solicitação da intervenção dos serviços da ACT/ Beja que esteve no local e constatou os factos, aguardando-se os resultados.
Não pretendíamos, como erradamente foi aflorado por alguns responsáveis da EDP no local, parar a Central e muito menos pôr em risco a segurança de equipamentos e pessoas.
O que queríamos – e queremos – é respeito, condições dignas de trabalho e salários condicentes com o custo de vida.
As empresas envolvidas neste negócio – e não se pode falar apenas em quem detém os contratos com os trabalhadores – têm condições para satisfazer as nossas reivindicações e só não o fazem para manter a precariedade laboral obtendo daí uma parte dos seus chorudos dividendos. Nós prometemos que VAMOS CONTINUAR A LUTAR por salários dignos que nos são devidos deste Outubro de 2008.
Estamos unidos e dispostos a não abdicar do que temos direito. A EDP não pode ser um mero símbolo na entrada da Central e quem se apropria da riqueza criada e depois esconder-se atrás de terceiros. Tem de olhar para a situação, ter uma palavra e, principalmente, agir!
Sines, 16 de Março de 2009
Estes trabalhadores têm que ser integrados na EDP com todos os direitos.
Fazem trabalho útil todos os dias há varios anos…Precários como é óbvio