"Concertação" Social: o enterro do Pacto Social
A reunião do Conselho Permanente da Concertação Social decorreu hoje, de modo a tentar dar a crer que havia algum tipo de negociação entre patrões, trabalhadores e governo.
Uma das novidades apresentadas foi a negociação a nível da empresa de mobilidade geográfica e funcional, horários de trabalho e retribuição. Esta proposta abrirá a porta à atomização dos trabalhadores, segregando-os empresa a empresa, criará pressão absoluta no sentido de baixar remunerações, aumentar horários de trabalho e forçar à mobilidade a força de trabalho, atacando a organização dos trabalhadores e a negociação colectiva.
É de destacar que a maior parte as medidas não estava no memorando da troika e faz apenas parte da ideologia política do actual governo, uma ideologia que promove o enriquecimento da camada mais afluente e a estrutura de classe em Portugal, degradando com toda a sua força as condições de vida de quem vive do seu trabalho para poder extrair dos trabalhadores e trabalhadoras toda a riqueza que produzem. A carga fiscal não é atenuada sobre os trabalhadores, mas apenas sobre as forças não produtivas, o que demonstra claramente qual o sentido desta governação: garantir uma concentração histórica de capital nas classes que dominam a economia do país com o aval e apoio dos sucessivos governos.






