Desemprego, chantagem, precariedade (cá e lá fora)
Desemprego é coisa que não tem fronteiras. Apenas duas notícias recentes:
Quase 36 500 pessoas ficaram sem emprego no mês de Julho em Espanha, o que perfaz um total de 2 426 916 desempregados, mais 1,5% em relação ao mês de Junho e o número mais alto desde 1998, ano em que existiam 2 442 803 desempregados, anunciou o Ministério do Trabalho e da Imigração espanhol. (…)”
Diário Económico, 04/08/2008
Segundo os dados hoje revelados pela Challenger, citada pela agência Bloomberg, no mês passado foram anunciados 103 312 despedimentos, contra o anúncio de 42 987 supressões de empregos em Julho de 2007, o aumento homólogo mais elevado desde Novembro de 2001, em termos percentuais. (…)”
Diário Económico, 04/08/2008
A chantagem e o abuso (tal como o desemprego e a precariedade), não sendo também – de forma nenhuma – um exclusivo nacional, está muito na moda entre nós:
A fábrica da Lactogal, em Avis, vai fechar no final do ano, passando a produção a estar concentrada na unidade de Oliveira de Azeméis. Os cerca de 80 trabalhadores foram convidados a acompanhar a deslocalização, mas apenas «seis ou sete» aceitaram. (…)”
TSF Online, 05/08/2008
Os trabalhadores da TAP também vão ter uma palavra a dizer na recuperação financeira da transportadora estatal. A partir desta semana, a empresa vai disponibilizar um endereço de correio electrónico específico para receber sugestões internas de redução de custos. Se forem aprovadas, vão juntar-se à lista de 140 medidas já analisadas pelo comité de crise da empresa.
(…)
Abre-se, agora, espaço às recomendações dos trabalhadores, como aconteceu em 2001 e 2002, anos em que a TAP também enfrentou graves crises financeiras, resultantes da instabilidade que a indústria atravessou pós-atentados de 11 de Setembro, em Nova Iorque. Nessa altura, “foi aceite meia dúzia das cem propostas enviadas”, afirmou fonte oficial da companhia de aviação.”
Publico Online, 05/08/2008
A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI), anunciou hoje ter implementado um novo sistema informático e uma vasta operação, denominada ‘Resgate Fiscal’ para recuperar receitas fiscais desviadas por empresas, nomeadamente as retenções na fonte feitas a trabalhadores, bem como de IVA recebido dos clientes e não entregues ao Estado, convertendo automaticamente estes casos em processos criminais, sendo que até à semana que vem serão notificadas 24 000 firmas que cometem sistematicamente estes crimes.
Segundo um comunicado hoje emitido pela DGCI, existem actualmente no nosso país cerca de 50000 firmas que se apropriam do IRS que descontam no vencimento dos seus trabalhadores dependentes ou outros prestadores de serviços, bem como do IRS e ainda do IVA que cobram aos clientes, uma das formas mais graves de violação da lei fiscal, punível com uma pena que pode ir até três anos de prisão. (…)”
Diário Económico, 04/08/2008
by