Desemprego estrutural de 11,8%: uma mentira com graves consequências
Ou seja, para o Governo as pessoas quiseram ficar desempregadas mais cedo. Esta ideia é absolutamente estapafúrdia, pois se a mudança para pior do subsídio de desemprego pode ter acelerado ligeiramente o número de inscrições nos centro de emprego, essas pessoas só aceleraram a ida para o desemprego por saberem que naquele momento ou em poucos meses estariam desempregadas.
Mas queríamos falar essencialmente da mais importante e perigosa ideia que o Governo tenta naturalizar neste relatório e em que insistirá no futuro próximo: 11,8% de “desemprego estrutural”.
O “desemprego estrutural” é um conceito usado por uma área da economia que diz que, tendo em conta as condições económicas (tecnologia, crédito, matérias primas, etc.), o “mercado de trabalho” já está saturado de pessoas a vender o seu trabalho, ou seja, há excesso de oferta de pessoas a vender o seu trabalho. Esta premissa tem várias consequências:
Não há outra forma de o dizer: o Governo quer fazer como Pilatos e lavar as mãos do problema do desemprego.
Não existe um problema de “desemprego estrutural”, o que existe é um regime de austeridade que ainda agora começou e que está a destruir empresas, empregos e a economia e que irá criar milhares de desempregados e precários nos próximos anos, acelerando a tendência do último ano.