Entrevista a Pedro Mota Soares na Visão: ministro não fala de recibos verdes e reafirma programa de desmantelamento da Segurança Social
A edição desta semana da revista Visão inclui uma entrevista ao Ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares. Falou do Programa de Emergência Social (que já analisámos aqui e aqui), da perigosa intenção de iniciar a fuga de contribuições para a Segurança Social das pessoas com maiores rendimentos e ainda dos humores da nova coligação governamental. Sobre recibos verdes, apesar da situação dramática de milhares de trabalhadores, nem uma palavra. Em poucos meses, o senhor ministro esqueceu as preocupações que jurava ter, também na qualidade de líder parlamentar do CDS/PP. Depois de se afirmar um dos grandes defensores dos trabalhadores a recibos verdes, o senhor ministro, apesar de ser o responsável número um pelo processo de cobrança cega e injusta pelas dívidas à Segurança Social, não aproveitou a entrevista para dizer alguma coisa a centenas de milhar de trabalhadores que antes afirmava serem uma prioridade.
Sobre o que disse, destaca-se a confirmação de que este Governo, em particular o seu ministério, tentará iniciar o caminho para a fuga das contribuições para fora do sistema da Segurança Social. Sob a desculpa de que a Segurança Social não pode pagar reformas milionárias, Pedro Mota Soares avisa-nos que vai avançar com a definição de um “tecto contributivo” em vez de uma possível limitação no valor máximo das reformas – mais à frente deixa escapar o que está na origem desta decisão: dar a “liberdade” para os contribuintes com maiores rendimentos se furtarem ao sistema colectivo e solidário. Sobre o aumento da idade da reforma, disse apenas que “não está em cima da mesa, neste momento”.
O senhor ministro respondeu também pelas críticas de “assistencialismo” feitas ao Plano de Emergência Social, reafirmando, com palavras escolhidas ao pormenor, que o trabalho forçado para beneficiários de apoios sociais é para avançar e que as instituições devem substituir o Estado nas funções de apoio aos mais desprotegidos.
Pedro Mota Soares garante que “este Governo vai ficar na História”, tirada que valeu o título à entrevista. A cumprir-se o seu programa, a sua frase é verdadeira pelas piores razões.
o texto da entrevista que foi publicado está disponível no site da Visão (aqui), incluindo um pequeno vídeo.
notícia sobre esta entrevista no Jornal de Negócios, aqui.
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notícia sobre esta entrevista no Jornal de Negócios, aqui.
Rendas vão aumentar 10%. Mas que raio estes caralhos querem? Andam a pedir revolta nas ruas, é? Como é que uma pessoa que ganha o salário mínimo, consegue pagar uma renda de 400 ou mais euros?
Está tudo doido? Isto é preciso ir para as ruas e, se for preciso, fazer como no UK. Mas ao invés de partir lojas, vamos partir a habitação mais famosa da Amadora.
Mas que caralho, pá. Viver, neste país, é uma missão impossível a este ritmo.