Estágio numa empresa de publicidade (e-mail enviado hoje ao PI)
“Boa tarde,
Venho por este meio dar a conhecer a minha experiência relativamente à precariedade do trabalho de qualquer estagiário.
Fui contactada por uma empresa de publicidade, que trabalha em todas as campanhas do banco Millennium, para ser estagiária na área de produção.
A entrevista correu de forma a ser compreensível que havia alguma pressa em contratar alguém, pois tinha acabado de sair uma produtora, que tinha encontrado melhores condições (segundo me disse o director de produção).
Foram clarificados alguns pontos tais como, um horário que era formalizado mas que não iria existir (como acontece nesta área), o local de trabalho, o tipo de tarefas a executar, onde decorreriam as refeições, o ambiente fantástico da empresa, as férias passadas em conjunto com os colegas de trabalho e finalmente a duração do estágio, que seria um mês.
Valores? Perguntei eu. Os valores são tratados com a área de contabilidade, mas foi-me assegurado que era o valor de um estágio. Ora, os valores dos estágios, calculei eu, são um ordenado mínimo e meio, mais subsídio de alimentação. Achei estranho o facto de alguém me fazer uma entrevista e não saber ao certo os valores a pagar ao estagiário que está a entrevistar. Mas tudo bem.
Aceitei e comecei a trabalhar na semana seguinte.
No primeiro dia de trabalho à tarde, querem assinar um contrato que falava num estágio de 6 meses pagos fantasticamente a 100 euros por mês. Despedi-me no dia seguinte. Achei uma falta de consideração por quem trabalha o valor apresentado. Afinal de contas a escravatura já acabou há uns anitos.
Até hoje me pergunto, como é que alguém que ganha dinheiro como ganha com as publicidades do Millennium, que apresenta um parque automóvel fantástico à porta da empresa, que oferece férias com tudo pago aos trabalhadores, tem a lata de vir oferecer 100 euros por mês a alguém!
Cumprimentos”