Estágios: precários, mal pagos e potencialmente mortais?
O debate não é novo mas aqueceu nas últimas semanas com a morte de Morizt Erhardt, de 21 anos, que morreu depois de trabalhar 72 horas seguidas num estágio do Bank of America em Londres. Esteve 3 dias naquilo que o setor bancário chama o “magic roundabout” (o carrossel mágico) que se traduz em sair do trabalho as 7 da manhã, apanhar um táxi para casa e enquanto o mesmo táxi espera à porta, tomamos um duche e mudamos de roupa para um novo dia de trabalho, sem dormir. O Bank of America já disse que irá mudar as suas práticas laborais tendo em conta este episódio, mas nesta e em todas as empresas já sabemos que “estágio” é sinónimo de trabalho mal pago e de horas de trabalho a mais.
A Joana Stichini Vilela publicou recentemente no Carrosel Mag um artigo onde dava conta de que um ex-estagiário tinha criado uma revista – a Intern Magazine – sobre e para estagiários e com uma agenda clara: acabar com os estágios não remunerados.
Em Portugal desde há uns anos que os estágios profissionais não remunerados são proibidos, apesar de ainda se encontrarem muitos anúncios de “emprego” para esta modalidade.
Mas, mesmo pagos, em Portugal são milhares os jovens e menos jovens que se saltitam de estágio do IEFP em estágio do IEFP em total precariedade. E, apesar de se chamarem “estágios”, raras são as vezes em que há diferenças entre o que fazem comparando com os trabalhadores da empresa.
As empresas esfregam as mãos e têm mão-de-obra mais barata e subsídiada e na maioria das vezes não acompanham o crescimento profissional destas pessoas.
Precários, mal-pagos e potencialmente mortais, são assim os estágios em Portugal e no mundo. Para quando a revolta dos estagiários?







E sem férias… porque o estágio nao permite férias.