Famílias que perderam RSI fazem cordão humano no Porto

Foto: Renascença
Esta terça-feira aconteceu no Porto uma manifestação e cordão humano contra os cortes a que foram sujeitas as pessoas que recebiam o Rendimento Social de Inserção (RSI). A marcha começou na Rotunda da Boavista e avançou até ao Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social do Porto, onde foi entregue um abaixo-assinado. O abaixo-assinado denuncia os cortes nas prestações sociais, apoios, abonos e reformas. 

Porque a pobreza está a aumentar o número de pessoas beneficiárias do RSI tem aumentado, apesar do aperto das regras que têm expulsado muitas pessoas em necessidade, mas o Porto, a cidade a receber a maior parte do apoio, vai ter menos apoios, de acordo com o plano do ministro Pedro Mota Soares.

O valor médio recebido de RSI são €80 mensais, e 40% dos beneficiários são crianças ou jovens. O RSI corresponde a menos de 2% das despesas da Segurança Social, e um quarto das pessoas que deixam de o receber, voltam em pouco tempo a recebe-lo, ou seja, não só não saem da pobreza como ficam ainda mais pobres, pois não têm, em 58% dos casos, outra fonte de rendimento. Ontem na manifestação Maria Judite Almeida, de 48 anos, pergunta “Como é que eu pago os livros ao meu filho?”, dizendo que com este corte se vai tornando cada vez mais difícil pagar os gastos básicos, como  os gastos em medicação, contas de água, luz e aluguer de casa. No fundo, sobreviver.

A chantagem feita sobre quem recebe este apoio é tremenda, e neste momento só o recebe quem se comprometer a cumprir com um programa de inserção local, entre outras coisas, prestando trabalho considerado “socialmente necessário”, e mesmo fazendo-o, as suas vidas são sujeitas a inspeções. Em 2012, houve uma redução do orçamento do RSI de 70 milhões de euros, enfraquecendo cada vez mais aquilo que se queria como um mecanismo de combate à pobreza, e progredindo a passos largos para o desmantelamento do estado social.

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