FCSH promove «Feira da Precariedade»
A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL promoveu nos dias 12 e 13 de Outubro uma «Feira de Empregabilidade e do Empreendedorismo». Tendo em consideração algumas das empresas que marcam presença no certame, poder-se-á considerar que se trata na verdade de uma «Feira da Precariedade».
O Facto da FCSH ceder as suas instalações para a realização de uma ”Feira da Precariedade” não é surpreendente, isto porque as «Feiras da Precariedade» têm vindo a ganhar espaço dentro das faculdades. Por um lado alicerçam-se no desejo legítimo dos estudantes em integrar-se no mercado de trabalho após a conclusão dos cursos. Por outro, e não é facto displicente, cada vez mais estudantes são obrigados a trabalhar para poderem estudar: uma licenciatura custa 3000 euros só em propinas, e as bolsas de estudo são cada vez em menor número, com valores que têm vindo a ser reduzidos.
Vejamos algumas das empresas que marcam presença nesta «Feira da Precariedade»:
ADDECO: É uma Empresa de Trabalho Temporário que tem como negócio principal o recrutamento para os callcenters da cidade (ver aqui). A Addeco foi a ETT que liderou o processo de precarização dos trabalhadores do Aeroporto de Faro. (ver aqui e aqui)
PORTUGAL TELECOM: A Portugal Telecom é a empresa que distribuiu dividendos antecipados para fugir aos impostos em 260 milhões de euros. No final de 2010 colaborou no despedimento de 70 pessoas das Páginas Amarelas para as substituir por trabalhadores precários (ver aqui). A Portugal Telecom tem implementado a precariedade através dos vários callcenters que tem espalhados pelo país. A PT não assume qualquer responsabilidade por esses trabalhadores mantendo-os através de contratos com ETT. (ver aqui) O Drama destes trabalhadores ficou evidente quando a Newtime e a CRH, ETT contratadas pela PT, entraram em insolvência. (ver aqui e aqui)
BNP PARIBAS: O BNP Paribas também recorre frequentemente à contratação precária. (ver aqui)
FNAC: A FNAC além de recorrer às ETT para precarizar os seus trabalhadores, denotou-se no decorrer da Greve Geral quando recorreu a multiplos expedientes para impedir que as pessoas que para si trabalham pudessem exercer o direito à greve. (ver aqui)
Na FCSH, houve já edições desta «feira» em anos anteriores, demonstrando que o GIPAA (Gabinete de Integração Profissional e de Antigos Alunos FCSH/UNL) e a Direcção da Associação de Estudantes da FCSH ambicionam continuar a exercer o papel de angariadores de mão de obra barata para fornecer às «máfias» da precariedade.






