Há menos 9 mil desempregados em relação a Maio, mas mais 62 mil do que há um ano

mota_soares_paulocunha1_0Segundo os dados do Eurostat publicados esta quarta-feira, ficámos a saber que a taxa de desemprego recuou em Junho para 17,4%, comparando com o mês anterior. Mas estes menos 9 mil desempregados/as não chegam para os mais 62 mil, se compararmos os valores com Junho de 2011.

Ou seja, o recuo de 0,2% na taxa de desemprego, devido aos trabalhos precários mais abundantes em tempo de época alta, não pode servir de cantilena de otimismo, nem como sinal de que tudo está a correr bem. A menos que se escolha a demagogia e a hipocrisia do novo Ministro do Trabalho, Pedro Mota Soares, conhecido como «o carrasco dos trabalhadores/as precários/as». Bom, também podemos dizer que estes dias de sol nada têm a ver com o Verão e que são antes «um sinal positivo», uma consequência do memorando da austeridade – a dívida pública continua a aumentar, mas está calor.

Nas contas do Eurostat, que nesta quarta-feira atualizou os seus dados mensais, havia em Junho 923 mil desempregados em Portugal. O número de pessoas que estão fora do mercado de trabalho continua em níveis historicamente elevados, com a taxa de desemprego num valor idêntico ao do final do ano passado, sendo que estes valores sobem para mais de um milhão de desempregados quando considerada a taxa de desemprego real.

O instituto estatístico europeu calcula a taxa de desemprego para Portugal tendo em conta as últimas estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (que só publica dados trimestrais) e a evolução do desemprego registada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Nos três primeiros meses do ano, a taxa situou-se em 17,6% da população ativa, avançou para 17,8% em Abril, recuou para valores de Março no mês seguinte, para agora descer para 17,4%.

Para a descida ligeira do desemprego, já observada em Maio, terão contribuído os efeitos do emprego sazonal de Verão, mas será preciso aguardar pela publicação das estatísticas trimestrais do INE para se fazer uma leitura mais completa dos dados. Seja como for, tudo indica que a taxa volte a aumentar no próximo trimestre, no fim dos contratos precários do Verão.

Entre os jovens (a população até aos 25 anos) havia 41% de desempregados/as (164 mil pessoas, menos seis mil do que no mês anterior).

Ao contrário da tendência europeia, registava-se em Junho mais desemprego entre os homens (17,5%) do que entre as mulheres (17,3%). Tanto na zona euro como no conjunto dos 28 países da União Europeia, o nível de desemprego manteve-se inalterado entre Maio e Junho. No espaço da moeda única a taxa corresponde a 12,1% da população ativa. Já na UE há 11% de desempregados/as.

Notícia do Público aqui.

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