"Lei da rolha" na Linha Saúde 24

Na sequência do conflito laboral e das denúncias de “caos organizativo” e de falta de condições de trabalho na Linha Saúde 24, a enfermeira responsável pelo serviço, Ana Rita Cavaco, foi hoje despedida.

Este é mais um caso que demonstra com clareza o clima de chantagem em que nos querem obrigar a trabalhar. Querem-nos isolados e silenciosos, sujeitos a todas as imposições. O descaramento da chantagem, neste caso, nem se esforçou por esconder os seus objectivos. A empresa responsável pela Linha Saúde 24 não hesitou em despedir esta enfermeira, precisamente no dia seguinte à renovação do contrato entre esta empresa e o Estado, que lhe permitirá continuar a gerir este serviço nos próximos dois anos.

Está tudo à vista: esta enfermeira denunciou a falta de condições de trabalho e a falta de qualidade do serviço prestado por essa via, sujeitando-se a um processo disciplinar e à suspensão desde Outubro de 2008. Agora, garantido que está o prolongamento do contrato da prestação deste serviço, a empresa descarta-se duma voz incómoda. Ana Rita Cavaco tinha já dito ontem que, tendo em conta os conflitos laborais existentes e a fraca qualidade do serviço prestado, a manutenção do contrato com esta empresa para assegurar o funcionamento da Linha Saúde 24 só poderia ser baseado em “critérios políticos”, uma vez que esta empresa é subsidiária da Caixa Geral de Depósitos.

Confrontado com este despedimento, o Secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, limitou-se a dizer que pedirá “informações” à empresa. Imaginamos o que isso significa. Ana Rita Cavaco, por seu lado, diz que avançará com uma queixa no Tribunal do Trabalho.

notícia TSF (com audio), aqui.
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