Linha da Gripe encerra em Março e 63 trabalhadores “sazonais” são usados para substituir 150 despedidos | Via Apoio aos Trabalhadores Saúde 24

Via Apoio aos Trabalhadores Saúde 24

1620568_248637968643701_1346786830_n«COMISSÃO INFORMAL DE TRABALHADORES DA SAÚDE 24

COMUNICADO DE IMPRENSA

Linha da Gripe encerra em Março e 63 trabalhadores “sazonais” são usados para substituir 150 despedidos

A Linha da Gripe é tão sazonal como a doença, segundo a empresa Linha Cuidados de Saúde, que planeia encerrar o serviço menos de um mês depois de tê-lo aberto. Os trabalhadores contratados para o efeito, com 4 dias de formação, serão no entanto usados para substituir os 150 despedidos pela administração.

O serviço da Linha da Gripe ficou disponível para os utentes no dia 27 de Janeiro às 8h, tendo sido justificado pela administração com o avultado número de chamadas relativas ao pico da Gripe mas, menos de um mês, a LCS irá encerrá-la.

A abertura desta linha justificou a contratação de cerca de 63 enfermeiros, que tiveram uma formação de apenas 4 dias, o que se coaduna com um atendimento próprio de um serviço de apoio exclusivo para gripe, argumento utilizado pelo administrador Eng.º Luís Pedroso Lima numa entrevista no dia 30 de Janeiro para a TVI. No entanto, menos de um mês depois, estes enfermeiros já começaram a formação para substituírem os 150 despedidos e apenas meia dúzia mantém o serviço da gripe a funcionar.

Todos os 150 enfermeiros que foram despedidos passaram por uma formação inicial de várias semanas, seguida de vários meses de formação, como o próprio administrador admitiu em entrevista “aqueles que têm que triar qualquer doença que apareça na linha, qualquer sintomatologia que apareça na linha têm 4 semanas de formação”.

A criação da Linha da Gripe tratou-se, portanto, de não mais do que um logro para substituir os enfermeiros por mão-de-obra mais barata, depois do despedimento de 150 trabalhadores e do saneamento de 16 destes. No entanto a qualidade do serviço não pode obviamente ser mantida ou garantida, uma vez que esta empresa dispensou um quarto dos seus profissionais mais qualificados para substituí-los por outros sem experiência ou formação adequada ao serviço.

Apesar de todas as evidências, a administração continua livremente a despedir, contratar, readmitir e colocar novamente em formação os enfermeiros, sob o silêncio conivente da Direcção Geral de Saúde e impassividade do Ministério da Saúde. As acções da LCS provam, sem sombra de dúvida, que os trabalhadores estiveram certos desde o início sobre a intenção da administração de substituir em massa dos enfermeiros, colocando em causa a qualidade da Linha. É a própria administração que o diz, ao retirar os elementos recém-contratados para uma nova formação, ao mesmo tempo que se vê forçada a reintegrar uma parte dos elementos que tinha despedido.

Exigimos a reintegração dos trabalhadores que foram despedidos e que se cumpram os direitos de todos os trabalhadores e dos utentes que confiam na Saúde 24.»

Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather