Mais trabalho temporário e menos queixas é bom sinal? Só se for para as empresas
Vitalino Canas, designado provedor do Trabalho Temporário pelas próprias Empresas de Trabalho Temporário (ETT) vai hoje fazer a sua anual prova de vida apresentando o 6.º relatório sobre o Trabalho Temporário.
O documento, que será divulgado esta tarde na integra, refere-se apenas a 2012 e indica que o salário médio dos trabalhadores temporário baixou num ano 1,3% para 582 euros, o que deixa antever uma queda ainda maior em 2013 e 2014, anos em que a crise se aprofundou.
Num ano o número de trabalhadores temporários cresceu 5,4%, mas à pergunta “isso é bom?” do jornalista da Antena 1, nem Vitalino Canas teve coragem de dizer que o aumento do trabalho temporário é um sinal positivo.
Já sobre a diminuição de 20% das queixas a Vitalino Canas, o advogado é peremptório: as dificuldades económicas e o medo de perder o emprego podem ser a causa da redução das denúncias.
O trabalho temporário é um triângulo das Bermudas onde entre o trabalhador, a ETT e o cliente da ETT desaparecem salário e direitos do trabalho. Hoje é possível ver pessoas a fazer exatamente o mesmo trabalho para a mesma empresa cliente e a trabalhar para ETT’s diferentes e mesmo para a mesma ETT e a receber salários diferente, pondo em causa o princípio de “trabalho igual, salário igual”.
Urge acabar com o trabalho temporário, porque ele é quase sempre uma forma permanente de precariedade.
Intervenção dos Precários aqui na Antena 1.
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