Medidas de Passos Coelho põem em causa a investigação nas Universidades
As medidas apresentadas por Pedro Passos Coelho na passada 6ª feira irão ter pesadas repercussões na qualidade da investigação desenvolvidas pelos professores universitários. Ao aumento do horário semanal de 35 para 40 horas e às novas regras do regime de mobilidade especial, acrescenta-se o facto de a maioria dos professores convidados já terem sido dispensados das universidades públicas.
Por este motivo, os professores universitários, que em muitos casos já dão mais aulas do que o limite legal, acumulando as aulas que eram outrora dadas pelos professores convidados, terão a sua vida ainda mais complicada, com evidentes consequências para a qualidade da investigação efectuada. O alerta foi dado numa entrevista ao jornal Público pelo presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), António Vicente. O artigo está disponível aqui.
Esta situação acontece pela inexistência de uma separação entre as carreiras de docentes e de investigador científico. Isto é por demais evidente no caso dos bolseiros, que, procurando desenvolver investigação científica de ponta, são frequentemente pressionados cobrir a falta de pessoal nas instituições universitárias, assegurando muitas das aulas das disciplinas, fazendo um trabalho para o qual é necessário ser-se altamente qualificado, de uma forma muito barata para as instituições.
Recordamos que no ano passado Nuno Crato, ministro da Educação e Ciência, decidiu alterar o estatuto do bolseiro de investigação, proibindo os bolseiros de dar aulas remuneradas. No início do ano lectivo, isto provocou o caos na maioria das universidades públicas. O ministério viu-se obrigado a voltar atrás com a decisão, que adiou para o final deste ano lectivo.
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