O Governo e Vieira da Silva pagam aos patrões do Turismo 252.000€ por posto de trabalho criado no âmbito do QREN

O Governo está disposto a tudo para salvaguardar os interesses dos patrões que andam de mão estendida. Os mesmos que reclamam a máxima de “Menos Estado, Melhor Estado” são bafejados pela simpatia de um Governo que investe 115M€ (milhões de euros)  do QREN em projectos de requalificação ou criação de unidades de turismo privadas. Os postos de trabalho criados serão alegadamente 456, ou seja, o Governo paga aos patrões da hotelaria e turismo 252.000 euros por posto de trabalho criado.
Acresce que a realidade dos trabalhadores do sector do Turismo ainda é mais precária do que a generalidade dos trabalhadores. “Estima-se que, quase metade dos trabalhadores deste sector esteja numa situação de emprego precário. Os contratados a termo, só por si, atingem os 30%.” (Sindicato da Hotelaria do Sul).

Num quadro de dificuldade económica e de travão ao investimento público, o pouco (investimento) existente é digirido para os negócios privados, estamos portanto no paradigma duma economia que caminha para novas e mais profundas dificuldades. A maioria dos projectos aprovados dirigem-se a empreendimentos de 4 e 5 estrelas ou a projectos de actividades aéreas ou de náutica , com uma atracção social extremamente restrita. O retorno que o Estado, ou que o bem comum retira deste investimento é escasso e hipoteca o futuro de pessoas e do próprio país, porque faz investimento privado com dinheiro público.
São escolhas, erradas e que beneficiam os grupos hoteleiros e a precarização do trabalho. A alternativa seria dirigir o investimento para projectos que realmente criassem emprego, qualificado e com estabilidade, tornando esses factores preferenciais de contrapartidas exigidos pelo Estado a promotores privados.
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