O mito do "menos salário = mais emprego" e o FMI

A meio da 12ª avaliação da troika soube-se o resultado da 11ª avaliação do FMI: tudo corre bem, mas é preciso salários mais baixos e despedimentos mais fáceis. Aumentar o salário mínimo? Nem pensar.

A cartilha é a mesma de sempre: 1) se os salários forem mais baixos há mais emprego; 2) o aumento do salário mínimo aumenta os salários gerais e, por isso, cria desemprego.

Doucouliagos-Chart
A maioria dos estudos indica que o aumento do salário mínimo não afeta o emprego

No entanto, os estudos feitos sobre o assunto não dão força à tese do FMI. O movimento norte americano raise the minimum wage dá conta de um paper publicado no British Journal of Industrial Relations onde os autores reviram dezenas de trabalhos sobre o impacto do aumento do salário mínimo no emprego. O resultado é que a enorme maioria dos investigadores considera que não há qualquer impacto da subida do salário mínimo na criação de emprego.

E o mesmo estudo identifica a precisão relativa de cada um dos estudos e descobriu que o estudo mais fundamentado e preciso, vindo da Universidade de Chicago, indica que os benefícios do aumento do salário mínimo suplantavam os custos e 1 para 4.

Já se vê, quando não há estudos académicos que justifiquem as opções “técnicas” que o FMI preconiza tudo não passa de ideologia que a organização partilha com o governo de Passos e Portas.

Notícia aqui.

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