O plano que Passos apresentou à troika

Os jornais desta manhã estão a dar conta de que Passos terá enviado uma carta à troika onde se compromete com medidas novas para supostamente remediar o problema que o chumbo do tribunal constitucional (TC) lhe criou. Para além de medidas como “aplicação de uma tabela salarial única, a convergência da legislação laboral e dos sistemas de pensões do sector público e privado”, Passos comprometeu-se com cortes substanciais na Segurança Social, na Escola Pública e no Serviço Nacional de Saúde, cortes que valem cerca de 600 milhões de euros quando chumbo do TC vale cerca de 1,3 mil milhões e quando o desvio das contas provocado pela recessão ultrapassa os 3 mil milhões de euros.
Aquilo que poderemos ver nos próximos tempos é uma agenda reforçada de destruição do Estado Social, com a aceleração da degradação dos serviços de saúde, educação e transportes e com cortes nos subsídios de desemprego e nas pensões, para além de despedimentos na função pública.
Gaspar e Passos viram ontem em Dublin o Eurogrupo alterar os prazos de maturidade da dívida em 7 anos, o que, obviamente cria uma folga na pressão que a dívida exerce sobre o país, mas o Governo imediatamente vem dizer que essa folga não será usada para relançar o crescimento e combater o desemprego. Pelo contrário, essa folga de 7 anos que o Governo negociou com os parceiros europeus serve, isso sim, para garantir a esses credores uma maior sustentabilidade da dívida e, por isso, uma maior probabilidade de receberem o reembolso. Para as pessoas que trabalham em Portugal mantém-se o plano: austeridade, recessão, desemprego; em dose extra.
A troika volta a Portugal na segunda-feira para ver o plano de cortes no Estado Social que o Ministro Paulo Portas este a preparar nos últimos meses e que Passos tentou convencer que eram inevitáveis porque na passada semana o TC tinha chumbado o seu Orçamento ilegal.
Não duvidemos, quem manda no Governo zombie é a troika.






