Poupar nos ricos para fazer mais pobres

O Secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, anunciou hoje o primeiro balanço da cruzada que o Governo declarou há uns meses atrás quando obrigou mais de 2 milhões de pessoas a prestarem provas de rendimentos. Para já, cerca de 10 mil pessoas perderam o subsídio social de desemprego e oito mil o Rendimento Social de Inserção.
Pouparam-se 50 milhões de euros, para já, mas o objectivo é chegar aos 200 milhões em 2011. Esta “poupança” imposta pelo Governo já lançou mais gente na pobreza e contribui para aumentar o nível de desigualdade que existe no nosso país. No entanto, pouco tempo depois de Pedro Marques ter feito este anúncio, o Primeiro-Ministro não teve vergonha de anunciar nas jornadas parlamentares do seu partido a condenação de todos os que queriam fazer um aproveitamento político da pobreza, afirmando ao mesmo tempo que: “nós fazemos tudo o que está ao alcance de um político, para desenvolver políticas que reduzam as desigualdades”.

Nas últimas semanas temos vindo a publicar neste site vários estudos sobre a pobreza em Portugal e os factos dizem o contrário da afirmação do porta-voz do Governo:
Mas o mais grave que foi dito por José Sócrates foram as afirmações um dia antes em Bruxelas, quando disse que admitia ir mais longe nas medidas para combater a crise, caso os mercados não acalmassem. Ou seja, a austeridade ainda não terminou, e quem determinará a sua aplicação será novamente o sacrossanto mercado. Anúncio feito no mesmo dia em que a Portucel anuncia a antecipação do pagamento de dividendos no valor de 120.037.000,00 euros, livres de qualquer imposto.
É a escolha que tem vindo a ser feita, poupar nos ricos, para fazer mais pobres.
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