Presidente do McDonald’s apanhado por trabalhadora: “Porque é que tenho de viver com salário de pobreza”
Nos Estados Unidos da América a campanha dos trabalhadores da indústria do fastfood continua na sua luta para estabelecer e subir os salários mínimos. Nos McDonald’s, por exemplo, a empresa paga $8,25 aos seus trabalhadores que estão em campanha para que o salário seja aumentado para os $15/hora.
É esse o caso de Nancy Salgado, uma mãe que tem dois filhos e que os tem de sustentar sozinha trabalhando há mais de 10 anos no McDonald’s.
Nancy levantou-se num jantar onde Jeff Stratton, presidente da McDonald’s EUA, ia falar e fez a pergunta mais simples: “porque é que tenho de ganhar $8,25 quando já lá trabalho há 10 anos?”
O Presidente da multinacional respondeu: “estive lá 40 anos!”. Algo que é motivo de orgulho na empresa, porque Jeff veio de facto de um restaurante da cadeia onde trabalhou, o que é dado como um exemplo de alguém que “worked his way to the top”. Mas Nancy remata: “você está aí e diz que fez isto e aquilo, mas não está a ajudar os seus trabalhadores que continuam com salários de miséria e sabe que mais: isso não é justo”.
“Você vai ser presa” – ouve-se alguém dizer no grupo que circunda Nancy para que não seja ouvida, mas a ativista não desistiu: “acha que é justo que não consiga comprar comida e sapatos para os meus filhos”.
A questão é que a situação de Nancy reflete a realidade dos trabalhadores do gigante da fast-food, em que milhares de pessoas mantêm ano após ano salários de miséria que não são suficientes para viver. Trabalhar num restaurante da cadeia não é um emprego temporário para jovens, mas sim um emprego para a vida de muita gente e a empresa que fez mais de 5,5 mil milhões de dólares no ano passado não distribui essa riqueza entre os seus trabalhadores.
A campanha “Low Pay is not OK” continua a mobilizar milhares de trabalhadores de restaurantes e cadeias de supermercados dos EUA. A desigualdade salarial continua a ser uma das principais questões da política hoje.
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