PS vai continuar a tentar fingir que luta contra a precariedade nas autarquias e no estado
Na sequência de medidas anteriores, e da posição assumida pelo Ministro da Economia Vieira da Silva (ex-Ministro do Trabalho), em que o governo disse que o Estado “…ia fazer a sua parte!”, é agora divulgada mais uma notícia que surge do fundo das campanhas de marketing político da máquina de Sócrates. O PS diz agora que quer travar os Recibos Verdes nas autarquias.
Acontece que até ao lançamento da campanha “Autarquia Sem Precários” pelos Precários Inflexíveis, pouco ou nada era conhecido daquilo que era, e é, a realidade precária da maioria das autarquias nacionais. Cerca de 20% dos trabalhadores das autarquias, 25 mil (de 100 mil) pessoas, trabalham com base em vínculos precários.
Mais, ao contrário do que diz agora o partido de governo, não existe nenhuma intenção verdadeira de acabar com a precariedade nas autarquias, antes, existe o varrer “do lixo” para debaixo do tapete. Ou seja, passarão a ser usadas, ou criadas quando necessário, empresas que se encarregarão de fazer o trabalho sujo da exploração e contratação de precários para as autarquias, criando assim cada vez mais uma rede disforme de empresas difícil de responsabilizar pelas dificuldades de tanta gente. Quem ganha, os governos e as autarquias que pretendem poupar dinheiro com os sálarios, e as empresas criadas que ficam também com uma parte do salários dos precários. Quem perde, os do costume, aqueles que vivem do seu próprio trabalho.
Um exemplo paradigmático desta “limpeza suja” que tem sido feita dá pelo nome de Actividades de Enriquecimento Curricular. Em que os professores, cuja responsabilidade de contratação deveria ser do Ministério da Educação, tornam-se numa mercadoria comprada num processo de “quem dá menos” que é liderado pelas Câmaras Municipais e várias empresas, umas de vão de escada, e outras bem posic?ionadas no lobby de relacionamento entre poder político e o capital.
No entanto, sabemos hoje que estas situações vão tendo respostas, e elas vão sendo organizadas pelas próprias pessoas que vivem as situações difíceis. No Porto, os professores das AECs já tomaram a lutas nas suas próprias mãos, e têm a força do SPN (Sindicato dos Professores do Norte) do seu lado, e na zona da Grande Lisboa, os professores das AECs também já estão a organizar-se e iniciam agora respostas à situação de exploração extrema em que se encontram. Nessa luta, os professores das AECs da Grande Lisboa contam com a força e apoio do SPGL (Sindicato dos Professores da Grande Lisboa), do MEP (Movimento Escola Pública) e dos Precários Inflexíveis.
Professores das AEC’s (do Porto)
Professores das AECs da Grande Lisboa
Autarquia Sem Precários