Recibos Verdes perdem 22% de rendimento em dois anos

Além do número de pessoas a trabalhar a recibos verdes ter caído entre 2010 e 2013 (continua a queda no primeiro trimestre de 2014), o valor auferido por estas pessoas caiu 22%. No primeiro trimestre de 2010 havia 1 milhão e 121 mil pessoas a trabalhar a recibos verdes, enquanto no primeiro trimestre de 2014 este valor caiu para 890 mil. Nestes anos houve fortíssimas oscilações dentro do total das pessoas que passam recibos verdes, indiciando gigantescos despedimentos e recontratações no mesmo posto de trabalho ou em outros. A vulnerabilidade deste tipo de relação laboral leva à violenta oscilação entre o emprego e o desemprego, com a consequente chantagem sobre o vencimento.

recibos verdes

Em 2010, o valor médio da declaração de rendimento bruto anual era de 5918, tendo segundo a Autoridade Tributária e Aduaneira caído em 2012 para 4882 euros. Tudo indica que esse valor terá caído ainda mais em 2013 e continuará em queda em 2014. A perda de rendimento generalizada entre quem trabalha nota-se ainda mais sobre os falsos trabalhadores independentes, que tem a situação fiscal mais agravada de todo o sistema contributivo e fiscal. Recibos Verdes pagam mais do que Paraísos Fiscais.

Se se juntar a compressão salarial que ocorreu quer a nível da função pública (onde dezenas de milhares de trabalhadores a falsos recibos verdes entraram para substituir os funcionários públicos que o Governo despediu dizendo já não serem necessários), quer a nível do privado, a parte mais fraca nas relações laborais (onde se destacam pela sua fragilidade os falsos trabalhadores independentes) sofre um saque salarial de elevadíssima monta, perdendo em toda a escala, começando pelos direitos e acabando nos rendimentos.

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